Uma série de fatores políticos e econômicos coloca em risco o ajuste fiscal pretendido pelo ministro da Fazenda, Joaquim Levy. "Mesmo com todas as medidas, existe um vento de frente contra o governo, contra a equipe econômica e o Brasil", disse o diretor-executivo da Fitch Ratings Rafael Guedes, durante a abertura de evento promovido pela agência de classificação de risco na capital paulista.
Guedes afirmou que o país tem um problema de crescimento estrutural "muito grande", ao mesmo tempo em que mantém a taxa de inflação em níveis altos. Ele afirmou que será preciso reverter a queda da confiança e aumentar os investimentos para estabilizar a dívida pública. "O Brasil precisa crescer acima de 2% para estabilizar o endividamento público", afirmou.
Nesse sentido, Guedes destacou também a necessidade de aumentar a taxa de investimentos em relação ao Produto Interno Bruto (PIB). "Com a taxa atual de investimento na casa dos 16% (do PIB), não se tem ambição de crescer mais de 3%", ponderou.