O diretor de Administração do Banco Central, Altamir Lopes, reiterou nesta quinta-feira, que a autoridade monetária espera que a inflação encerre 2016 no centro da meta. "O ponto importante em relação à inflação é que o Banco Central trabalha com a expectativa concreta de convergência à meta de 4,5% no final de 2016", disse, após participar de reunião na Comissão de Finanças e Tributação da Câmara dos Deputados.
Na quarta-feira, o governo enviou ao Congresso Nacional o projeto da Lei de Diretrizes Orçamentárias (LDO) do ano que vem, que prevê que o IPCA encerre 2015 em 8,2% e, 2016, em 5,6%. "Eles estão trabalhando com expectativa do Focus e as expectativas de mercado hoje são essas. Pode ser que amanhã não seja, podem ser diferentes", afirmou.
De acordo com participantes da reunião, Lopes foi bastante questionado pelos deputados da comissão sobre a responsabilidade do BC nas chamadas "pedaladas fiscais", atrasos de pagamentos promovidos pelo governo federal. Na quarta-feira, o Tribunal de Contas da União (TCU) convocou 17 autoridades para dar explicações sobre o tema, entre elas o presidente da autoridade monetária, Alexandre Tombini.
"O BC é um compilador de estatísticas fiscais, ele não formula nem executa política fiscal. Fomos chamados a dar explicações exatamente porque somos compiladores", disse Lopes.
Na reunião, os deputados questionaram o diretor ainda sobre as tarifas bancárias e o spread bancário, considerados altos pelos parlamentares, sobre juros de financiamento e do cartão de crédito e sobre a gestão das reservas. Foi combinado que os integrantes da comissão irão até o Banco Central para nova conversa. Periodicamente, diretores do Banco Central, além do secretário do Tesouro Nacional, Marcelo Saintive, e do secretário da Receita Federal, Jorge Rachid, participam de reunião na Comissão de Finanças.