O ministro da Fazenda, Joaquim Levy, ressaltou que o ajuste fiscal que foi enviado para o Congresso tem também algumas medidas estruturais que são importantes para o Brasil e incluem discussões sobre o mercado de trabalho. "O que enviamos não é apenas para aumentar receitas, ou cortar gastos, mas também para melhorar o mercado de trabalho", disse ele em um evento nesta segunda-feira, 20, em Nova York.
"É preciso melhorar cada vez mais quais as métricas que temos para medir os gastos e quais são os resultados finais deles", disse o ministro. "Assim, as pessoas podem avaliar como o dinheiro público é gasto." O ministro citou ainda que tem havido importante transferência de renda no Brasil nos últimos anos para as classes mais baixas.
Questionado no evento sobre as manifestações populares contra o governo, Levy afirmou que o Brasil tem liberdade de expressão e a imprensa é livre para escrever. "Isso é muito saudável e bom, que se tenha um sistema democrático. O que as pessoas realmente querem é um governo melhor, não necessariamente um maior gasto." "Uma coisa boa sobre o Brasil é que há muito transparência nessas discussões. Você sabe o que está acontecendo no governo, os números." Levy citou que houve transferências efetivas de renda para as classes de menor renda.
Inflação
Levy avaliou também que o Banco Central precisa seguir vigilante e conduzindo ajustes para que a inflação caia e a expectativa seja ancorada em 4,5%. O Banco Central vem reiterando o objetivo de levar a inflação para o centro da meta no final de 2016. "O BC tem de continuar vigilante e especialmente tem de passar por ajustes, de forma que as expectativas sejam ancoradas", disse. "A inflação é ruim para a população pobre, negócios e crescimento."
Ele mencionou que a inflação passada, nos últimos meses, contou com importante realinhamento dos preços da energia. "O importante é olhar para a inflação à frente." Ao ser questionado sobre afirmações do BC a respeito da administração do câmbio, Levy brincou: "Se o BC disse, é melhor concordar".