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Estado de Minas

Valor de diarista na Grande BH sobe 14,7% em um ano

Aumento do serviço em um ano supera a inflação oficial de 8,13% nos últimos 12 meses. Demanda favorece reajustes. Patroas reduzem frequência e cortam gastos


postado em 21/04/2015 06:00 / atualizado em 21/04/2015 07:19

Cláudia Cristina dos Santos diz que não tem do que reclamar e todo ano reajusta preço do serviço diário(foto: Ramon Lisboa/EM/D A Press)
Cláudia Cristina dos Santos diz que não tem do que reclamar e todo ano reajusta preço do serviço diário (foto: Ramon Lisboa/EM/D A Press)

Chegar em casa depois de um dia de trabalho puxado e encontrar o lar limpo e organizado está prestes a se tornar artigo de luxo para a classe média de Belo Horizonte. Pesquisa do site Mercado Mineiro, divulgada ontem, apontou que os preços cobrados por diaristas na capital aumentaram 14,7% em um ano, passando de um valor médio de R$ 107,06 cobrados em 2014, para R$ 122,89 agora. O reajuste, que segundo defendem as profissionais da limpeza demonstra um mercado aquecido, tem feito famílias mudarem de hábito e passar a solicitar o serviço quinzenalmente ou, até mesmo, mensalmente como forma de não apertar tanto o orçamento.

Mesmo com o valor mais alto, a maioria das profissionais da limpeza diária já não tem disponibilidade e já é disputada no mercado. Prova disso é que, pela pesquisa há uma variação de 66,67% nos valores cobrados na capital, sendo que a diária mais barata encontrada pelo site foi de R$ 90 e a mais cara R$ 150. “É um tipo de serviço no qual a segurança é um fator primordial para a clientela, talvez mais que os preços reais”, comenta o diretor-executivo do site, Feliciano Abreu.

O aumento de 14,7% das diaristas em um ano é maior do que a inflação de 8,13% registrada nos últimos 12 meses, pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). “Todos os anos, aumento a minha diária em R$ 10, sempre em janeiro, e não tenho do que reclamar do mercado”, comenta a diarista Cláudia Cristina dos Santos, que atualmente cobra R$ 120 por faxina.

Segundo ela, a procura pelos serviços está tão alta que ela já não tem mais vaga para novos clientes. “Trabalho de segunda a sábado, e, com isso, conquistei muita coisa. Poderia até ter aumentado mais a diária este ano, mas, penso que se há inflação para mim, as pessoas para quem trabalho também estão sofrendo”, diz. De acordo com Feliciano, o ramo está aquecido. “Na ponta do lápis, uma pessoa que cobra R$ 122 a diária (média de preço encontrada na pesquisa) e trabalha nos 22 dias úteis de uma semana, no fim do mês, recebe R$ 2,6 mil”, calcula.

MUDANÇA


Ele comenta que os valores chegaram a esse patamar por três fatores: “A mudança com a Lei das Domésticas, em vigor desde o ano passado e que exige os direitos trabalhistas as essas profissionais; a inflação por inércia, que é quando se aumenta algo porque todos outros estão aumentando; e a alta demanda, que tem feito as diaristas valorizarem seus trabalhos”, enumera.

Na pesquisa foi percebido que aquelas que têm um preço menor têm mais disponibilidade do que as mais caras. “Com a Lei das Domésticas, muitas empregadas que não trabalhavam com carteria assinada passaram a ser diarista e os patrões também passaram a optar por esse tipo de serviço ”, comenta a proprietária da empresa Seven Clean, Ana Flávia Santiago. Segundo ela, com a concorrência alta veio a variação de preço. “Mas é preciso qualidade e confiança”, ressalta.

IMPACTO


Desde o ano passado, quando a média do valor cobrado por uma diarista era de R$ 107 na capital, a enfermeira Graziela Haulck está sem o serviço em casa. Mãe de dois meninos, uma criança e outro adolescente, ela conta que em 2010 tinha uma diarista semanal que ficou em sua casa durante dois anos. “Mas ela aumentou o preço e não podíamos continuar. Arranjei outra que vinha quinzenalmente, mas depois ela encontrou um emprego e não quis mais ser diarista. Passamos por outras experiências que não foram bem-sucedidas. E hoje estou atrás de uma diarista que venha de 15 em 15 dias, semanalmente não compensa mais para mim”, comenta.

e mais...

Consumo em baixao

Os consumidores reduziram ainda mais a propensão às compras na passagem de março para abril, segundo a Confederação Nacional do Comércio de Bens, Serviços e Turismo (CNC). A Intenção de Consumo das Famílias (ICF) recuou 6,9%, para 102,9 pontos, permanecendo pelo terceiro mês consecutivo no menor nível da série histórica, iniciada em janeiro de 2010. Na comparação com abril de 2014, a queda no indicador chegou a 17,8%.

Usiminas

A agência de classificação de risco Fitch rebaixou o rating da Usiminas de BB+ para BB, com perspectiva estável. Segundo a agência, o corte na nota da empresa reflete a expectativa de que a demanda por aço continue fraca no Brasil, e também de que o lucro da empresa na exportação de aço seja limitada. A Fitch também afirma que o excesso de oferta de minério de ferro no mercado pode tornar esse segmento dos negócios da empresa “não lucrativo”.

Carros e motos

Após cair 7% em 2014, o saldo de financiamento de veículos e motos deverá recuar 9,4% em 2015 em relação ao ano passado, prevê a Associação Nacional das Empresas Financeiras das Montadoras (Anef). A entidade utiliza dados do Banco Central e projeta que o saldo total envolvendo bancos de montadoras e de varejo será de R$ 192,7 bilhões, ante R$ 212,7
bilhões em 2014.

Zelotes

A força-tarefa montada para a Operação Zelotes, que investiga fraudes nos julgamentos do Conselho Administrativo de Recursos Fiscais (Carf), vai analisar a quebra de 43 sigilos bancários de investigados. A varredura também abrange 2.300 horas de interceptações telefônicas autorizadas pela Justiça, 230 mil e-mails, além de documentos
apreendidos em 41 residências e escritórios de consultorias.


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