O mercado segue em clima de expectativa e de desconfiança antes do balanço auditado de 2014 da Petrobras, que será divulgado a partir das 18h desta quarta-feira. As ações preferenciais da estatal, sem direito a voto, operavam em queda de 0,99%, vendidas a R$ 12,96, enquanto as ordinárias caíam 0,30%, negociadas a R$ 13,20, por volta das 13h.
Na contramão, a Bolsa de Valores de São Paulo (Bovespa) seguia em alta de 0,96%, a 54.276 pontos, puxada pelos papéis da Vale, que valorizam 7% com o preço do minério de ferro avançando na China, além do aumento da produção da companhia no primeiro trimestre. Enquanto isso, o dólar volta ao patamar de R$ 3, com queda de 0,9%. A última vez que a moeda norte-americana fechou abaixo dos R$ 3 foi em 4 de março, a R$ 2,9807.
A diretoria da Petrobras estará reunida ao longo do dia de hoje para aprovar e divulgar, com seis meses de atraso, o balanço contábil de 2014 já auditado e também os números relativos ao terceiro trimestre do ano passado já revisados pelos auditores independentes. A estatal é alvo de investigações da Polícia Federal que revelaram, pela Operação Lava Jato, esquema de corrupção e desvio de verbas em contratos da empresa.
Com a divulgação do balanço auditado de 2014, a Petrobras quer evitar perder grau de investimento em avaliações por agências de classificação de risco. Em fevereiro, a agência Moody's rebaixou a nota de crédito da empresa, que perdeu o grau de investimento e passou para o grau especulativo, indicando que investir na petrolífera brasileira passou a ser uma operação mais arriscada.
A empresa de auditoria PricewaterhouseCoopers (PwC) recusou-se a assinar o balanço da Petrobras do segundo semestre do ano passado, depois que a Operação Lava Jato revelou o esquema de corrupção que envolvia diretores com superfaturamento em obras e projetos da estatal.
Após adiar a publicação do balanço por duas vezes, a Petrobras divulgou, no dia 28 de janeiro, o resultado do 3º trimestre do ano passado não auditado. As demonstrações contábeis indicavam um lucro líquido de R$ 3,084 bilhões. Na ocasião, não houve consenso para a definição das perdas sofridas em decorrência do desvio de recursos por corrupção. (Com Agência Brasil)