São Paulo, 30 - O presidente da Empresa de Pesquisa Energética (EPE), Mauricio Tolmasquim, sinalizou nesta quinta-feira, 30, que o governo federal não deve fazer novo leilão A-5 de energia nova em 2015. A explicação estaria na contratação plena da demanda das distribuidoras para 2020 após o certame de hoje. "O leilão A-5 permitiu atender a demanda para as distribuidoras em 2020", afirmou Tolmasquim. Justamente em função disso não haveria demanda para energia de novos projetos que venham a ser licitados.
A alternativa para que o governo federal leiloasse ainda em 2015 novos projetos de grande porte seria a elaboração de outros perfis de certame, disse o presidente da EPE. A realização de leilões de energia de reserva, por exemplo, seria uma alternativa.
Tolmasquim afirmou que a EPE trabalhava com a expectativa de que fosse realizado um novo leilão A-5 neste ano, mas o resultado do certame de hoje obrigará o governo a rever o assunto. As hidrelétricas de Ercilândia, Apertados e Telêmaco Borba, que foram cadastradas e não foram habilitadas para o leilão de hoje, seriam potenciais ativos a serem incluídos em um novo A-5 deste ano.
Outro caso particular envolve a hidrelétrica São Luiz do Tapajós, que ainda enfrenta restrições ambientais e problemas de diversas naturezas, inclusive com comunidades indígenas. Tolmasquim destacou que o governo ainda pretende leiloar a usina em 2015, e ressaltou que a energia nova não provocaria problemas de descasamento entre oferta e demanda em 2020 em função do cronograma de projetos de grande porte.
"Tapajós, se for leiloada no final deste ano, teria a primeira máquina em operação apenas no final de 2020. Por ser uma hidrelétrica estruturante, pode entrar na margem de cinco anos e ser motorizada ao longo do tempo", afirmou.