São Paulo, 30 - A Light, empresa que detém 51% de participação no Consórcio Itaocara, informou em comunicado ao mercado publicado na Comissão de Valores Mobiliários (CVM) que a hidrelétrica de mesmo nome deve entrar em operação no segundo trimestre de 2018. O cronograma representa uma antecipação de mais de um ano e meio em relação ao prazo de suprimento regulamentar estabelecido pela Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel), a partir de 1º de janeiro de 2020. A Cemig, controladora da Light, é sócia do projeto, com participação de 49%.
O investimento na usina Itaocara está estimado em R$ 1 bilhão, com base em valores de março de 2015. Os desembolsos previstos para este ano representam apenas 2,1% do montante, segundo a Light. Essa fatia cresce nos anos seguintes, a 44,2% em 2016 e 40,2% em 2017. No ano de 2018 devem ser investidos 13% do total e os 0,5% restantes serão desembolsados em 2019.
A maior parte dos recursos, equivalente a 40% do total, virá do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES). As sócias do consórcio injetarão 30% de recursos próprios e os 30% restantes serão captados via emissão de debêntures.
A usina Itaocara foi licitada no leilão A-5 realizado nesta quinta-feira, 30, pela Aneel. O projeto, localizado no rio Paraíba do Sul, no Rio de Janeiro, tem capacidade instalada de 150 MW e garantia física de 93,4 MW médios. Quase 96% da garantia foi destinada ao ambiente de contratação regulado (ACR), informou a Light.
O preço de venda definido no leilão ficou em R$ 154,99/MWh, praticamente no teto de R$ 155/MWh estabelecido pela Aneel. O fornecimento de energia é válido por um período de 30 anos.
Light e Cemig detinham o direito de construção da usina até novembro de 2013, quando rescindiram o acordo de concessão em função de problemas ambientais.