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Estado de Minas

Ingresso de dólares é o maior desde 2011

Entrada de US$ 13,107 bi no país é sinal de que investidores apostam na reação da economia, embora ante indefinições


postado em 07/05/2015 06:00 / atualizado em 07/05/2015 07:28

Brasília – A entrada líquida de dólares no país de US$ 13,107 bilhões em abril é a maior para um mês desde julho de 2011, quando somou US$ 15,825 bilhões. Depois daquele período, apenas em maio de 2013 é que o Brasil conseguiu atrair um volume de dois dígitos de recursos, no valor de US$ 10,755 bilhões. Mais recentemente, quantia de duas casas foi registrada apenas em dezembro de 2014, mas de saídas líquidas de US$ 14,050 bilhões. As informações foram divulgadas no site do Banco Central. Apesar de já ter registrado entrada em março de US$ 2,003 bilhões, o forte fluxo do mês passado chama atenção.

Esse ingresso de recursos se dá em um momento de melhora da economia internacional, de uma certa acomodação do dólar e da proximidade ou mesmo do fim do ciclo de alta de juros promovida pelo BC desde outubro do ano passado. O fluxo cambial dá sinais de que o mercado financeiro internacional decidiu apostar nos primeiros sinais de melhora da economia e direcionou para o Brasil recursos para investimentos especulativos e na produção, segundo o diretor de Pesquisa Econômica da GO Associados, Fábio Silveira.

“O investidor externo está satisfeito, e o mercado vive da perspectiva”, salientou o especialista. Para Silveira, a melhora da percepção externa sobre o Brasil teve início dias antes da divulgação do balanço da Petrobras. “Houve melhora nas bolsas já e o mercado é muito rápido”, considerou. O especialista afirmou que nos últimos 30 dias até 1º de maio o mercado acionário reagiu e o ganho foi de 7,5%. “Não é que seja uma maravilha, mas o mercado aposta que a recuperação da economia brasileira pode ocorrer, ainda que não saiba quando isso vai ocorrer: se no fim deste ano ou só no ano que vem”, considerou.

Além do balanço, também pesou positivamente na atratividade brasileira, segundo o economista da GO Associados, a perspectiva de aprovação do ajuste fiscal. “E houve, ainda, o roadshow que o ministro da Fazenda, Joaquim Levy, fez no exterior para investidores e bancos. Isso trouxe mais credibilidade ao cenário”, citou o especialista. Para coroar o interesse no Brasil, o retorno financeiro é fundamental, tendo como parâmetro que a taxa básica de juros (Selic) de 13,25% ao ano. Silveira destacou que, além de investimentos em portfólio, o fluxo cambial registra também recursos voltados para o setor produtivo. Ele lembrou que o investimento direto estava muito ruim em janeiro e fevereiro e que agora pode-se pensar em uma retomada. “Além disso, o mercado também não gosta de muito dólar alto demais e subindo rapidamente porque isso vira inflação e depois mais juro. O mercado entende que o câmbio não vai pressionar a inflação mais do que pressionou.”

cotação mais baixa Dados mais fracos que o esperado no mercado de trabalho dos Estados Unidos e incertezas em relação ao ajuste fiscal no Brasil incentivaram investidores a vender ações ontem e embolsar lucros obtidos com a alta dos papéis nos últimos pregões. Com isso, o principal índice da Bolsa brasileira, o Ibovespa, interrompeu uma sequência de três altas e fechou no vermelho, com baixa de 1,63%, para 57.103 pontos. O indicador se afastou da máxima de mais de sete meses atingida na véspera. O volume financeiro foi de R$ 9,334 bilhões.

No câmbio, a moeda americana registrou novo alívio, depois de fortes altas recentes. O dólar à vista, referência no mercado financeiro, teve ligeira desvalorização de 0,13% sobre o real, cotado em R$ 3,0466 na venda. Já o dólar comercial, usado no comércio exterior, cedeu 0,74%, para R$ 3,047.


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