A taxa de desemprego em Minas Gerais fechou o 1º trimestre deste ano em 8,2%, a maior verificada na série, que começa em janeiro de 2012. A estimativa cresceu tanto na comparação com o 4º trimestre de 2014 (6,6%), quanto com o 1º trimestre de 2014 (7,1%). Isso significa que a população desocupada mostrou crescimento na comparação com o trimestre anterior, passando de 657 mil para 870 mil pessoas. Já o número estimado de pessoas ocupadas no Estado diminuiu em 174 mil pessoas, frente ao trimestre anterior, e em 16 mil pessoas, frente ao primeiro trimestre de 2014.
O resultado também é maior que a média nacional, de 7,9% nos três primeiros meses do ano, a maior taxa desde 2013. O número leva em conta apenas quem procura emprego - quem deixa de procurar não é considerado desempregado. Os dados fazem parte da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios (Pnad) Contínua, divulgada na manhã desta quinta-feira pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).
Segundo o analista do IBGE em Minas, Gustavo Fontes, o aumento da taxa de desemprego nos primeiros três meses deste ano seguiu um fator sazonal. "Nesse período, ocorre uma dispensa de trabalhadores temporários, principalmente no comércio. No entanto, na comparação anual, o aumento da taxa de desemprego foi num ritmo superior", disse.
Entre os setores, os maiores cortes foram vistos no comércio (67 mil) e na indústria (-51 mil) em relação ao trimestre anterior. Na comparação anual, a indústria perdeu 39 mil postos, a 24 mil na construção e o comércio ficou estável, com mil vagas a menos.
Renda
Mesmo com o aumento do desemprego, o rendimento médio real dos trabalhadores mineiros subiu no 1º trimestre e ficou em R$ 1.661, acima do observado no mesmo período de 2014 - R$ 1.656, alta de 0,5% e também maior que no 4º trimestre de 2014, quando ficou em R$ 1.653. O rendimento médio real estimado para Minas Gerais está abaixo do estimado para o Brasil, de R$ 1.840 e inferior aos valores verificados para os demais estados do Sudeste, do Sul e do Centro-Oeste do país.
É a primeira vez que o órgão divulga a taxa de desemprego para todas as Unidades da Federação pela Pnad Contínua. A maior taxa de desemprego no primeiro trimestre deste ano foi observada no Rio Grande do Norte (11,5%), enquanto a menor foi verificada em Santa Catarina (3,9%).
Por regiões, o Sudeste registrou uma taxa de desemprego de 8% no primeiro trimestre de 2015, ante 7% em igual período de 2014. No Sul, a taxa de desocupação ficou em 5,1% nos primeiros três meses deste ano, contra 4,4% na mesma base de comparação.
No Nordeste, a taxa de desemprego ficou em 9,6% no primeiro trimestre de 2015, contra 9,3% no primeiro trimestre de 2014. No Centro-Oeste, a desocupação ficou em 7,3% nos três primeiros meses deste ano, ante 5,9% no primeiro trimestre do ano passado. No Norte, a taxa de desemprego foi de 8,7% entre janeiro e março de 2015, contra 7,7% em igual período de 2014.