Começou nesta segunda-feira o período de férias coletivas de dois mil trabalhadores da fábrica da Fiat Automóveis em Betim, na Região Metropolitana de Belo Horizonte. A retração nas vendas de veículos levou a empresa a adotar a medida pela quarta vez neste ano. Segundo a assessoria de imprensa, a Fiat pretende reduzir o nível de estoques, que as empresas do setor não revelam, num momento de baixa demanda na rede de revendedores, envolvidos desde o início do ano em campanhas promocionais, na tentativa de estimular os negócios.
Os dois mil trabalhadores, que correspondem a pouco mais de 10% do quadro total da montadora, voltarão ao trabalho no dia 1º de junho. A fábrica começou o ano com a paralisação tradicional em razão das festas de Natal e ano novo, recorreu à parada técnica de três dias em março e dispensou por 20 dias em abril um contingente de 2 mil empregados.
A Federação Nacional da Distribuição de Veículos Automotores (Fenabrave) divulgou na última semana um balanço de vendas com queda de 6,53% em abril. Com o desempenho ruim, sete das 10 maiores marcas que operam no segmento de automóveis e comerciais leves no País perderam participação de mercado. Apenas Ford, Hyundai e Honda registraram avanço no período. Apesar de ter visto a sua participação de mercado cair de 17,96% em março para 17,86% no mês passado, a Fiat segue na liderança.
A Fenabrave revisou para baixo a expectativa de emplacamentos totais de veículos novos, que deverão somar 2,835 milhões de unidades neste ano. Significa redução de 18,93% ante as 3,497 milhões de unidades vendidas o ano passado. A nova previsão é bem mais pessimista do que a retração de 10% estimada em março e do que o recuo de 0,53% projetado no início do ano. Pelas novas previsões, o segmento de caminhões continua sendo o que deverá ter o pior desempenho. A instituição prevê que as vendas de pesados caiam 41% em 2015, frente a 2014, ante estimativas anteriores de recuos de 10,5% (março) e de 1,2% (janeiro).
Para o segmento de ônibus, a Fenabrave revisou a previsão de tombo de 8,5% (divulgada em março) para queda de 21%. Em janeiro, a entidade previa retração de apenas 0,7% para o segmento. Para caminhões e ônibus, a entidade revisou a projeção para queda de 18%, ante previsão anterior de queda de 10,12%. Já para o segmento automóveis e comerciais leves, projeta agora retração de 18%, maior do que os recuos de 10% estimado em março e de 0,5% projetado no início do ano. Só para automóveis, a nova previsão da entidade é de queda de 18,28% nas vendas neste ano, enquanto para comerciais leves, o recuo será de 16,51%.