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Estado de Minas

Há exagero no pessimismo em relação ao Brasil, afirma Mailson da Nóbrega


postado em 12/05/2015 11:01

São Paulo, 12 - O ex-ministro da Fazenda e sócio da Tendências Consultoria Integrada Maílson da Nóbrega afirmou nesta terça-feira, 12, que há um grande exagero no pessimismo em relação ao Brasil. Mailson participa de palestra para uma plateia de empresários no InfraInvest Brazil Forum, em São Paulo.

Para o ex-ministro, a situação da economia vai sim piorar antes de melhorar, mas já deverá apresentar melhoras nos terceiro e quarto trimestres de forma a crescer em torno de 1% no próximo ano. "Tenho ouvido algumas pessoas falarem em vender tudo e ir para Miami. Não façam isso. Eu já morei fora e mesmo que a gente fale 20 anos de inglês, não conseguimos nos integrar. Vai acabar se integrando à comunidade brasileira em Miami para falar mal da Dilma. Para falar mal da Dilma, fiquem por aqui mesmo", disse Maílson arrancando gargalhadas do auditório.

Segundo o ex-ministro, a recessão de 2015 é resultado dos erros da política econômica no primeiro mandato da presidente Dilma Rousseff, que pode se agravar com os desdobramentos da Operação Lava Jato e eventual racionamento de energia. No entanto, de acordo com o sócio da Tendências Consultoria Integrada, a nova política econômica capitaneada pelo ministro da Fazenda, Joaquim Levy, está no rumo certo, embora haja ainda ceticismo quanto à sua continuidade.

"Joaquim Levy tem como papel principal evitar a perda do grau de investimento", disse, acrescentando que o atual ministro da Fazenda tem se saído melhor que o esperado até mesmo pela capacidade de articulação, o que mostra que a escolha feita pela presidente Dilma não foi pautada pela ideologia. "Não é que a presidente mudou, passou a ser conservadora, mas entendeu que se o Brasil perdesse o grau de investimento seria um desastre e prejudicaria o projeto político do PT de permanecer no poder", observou o economista.

Maílson lembrou ainda a frase do ex-presidente argentino Raul Alfonsin, segundo a qual "tem ministro que é como fusível: se tirar, o sistema todo se apaga. "O Levy é um ministro fusível", completou o ex-ministro.


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