A General Motors (GM) paralisou nesta segunda-feira (12), por tempo indeterminado, os três turnos da linha de produção na fábrica de Gravataí (RS), onde produz os modelos Onix, Prisma e Celta. De acordo com a montadora, a paralisação foi "forçada" pela decisão das empresas Tegma e Transzero de pararem de fazer o transporte dos veículos produzidos na unidade, após divergências sobre o custo do frete. A parada ocorre no momento em que a GM estaria discutindo com os trabalhadores a possibilidade de encerrar o terceiro turno na fábrica, em razão da queda nas vendas de veículos, segundo o Sindicato dos Metalúrgicos da região.
O diretor do Sindicato dos Metalúrgicos de Gravataí, Valcir Ascari, disse que soube da paralisação da Tegma e da Transzero na manhã desta terça-feira e que a montadora comunicou aos trabalhadores que não haveria trabalho somente hoje. "Não falaram sobre os outros dias", disse. De acordo com o dirigente sindical, em todo o complexo industrial da GM em Gravataí há cerca de 10 mil funcionários - dos quais mil são terceirizados -, divididos em três turnos de trabalho.
Fim do terceiro turno
Ascari disse que a montadora comunicou ao sindicato que está disposta a fechar o terceiro turno em Gravataí (inaugurado no início de 2013), por causa dos altos estoques. Segundo ele, há quase 16 mil automóveis no pátio da fábrica e em dois espaços alugados na cidade. "Mandaram um ofício dizendo que a produção atual tem excesso de trabalhadores, mas não queremos demissões", afirmou. A GM declarou que não comenta o que chama de "especulações".
No comunicado sobre a Tegma e Transzero, contudo, a montadora destacou que, "neste momento de dificuldades do mercado brasileiro", o objetivo é manter a unidade operando em três turnos.
O complexo industrial de Gravataí era, até então, o único entre os três que a GM possui no Brasil onde não tinham sido anunciados ou cogitados cortes de produção. Em São Caetano do Sul (SP), a montadora tem 819 metalúrgicos em lay-off (suspensão temporária dos contratos) desde novembro de 2014 até 9 de julho. Na mesma unidade, a empresa concedeu licença remunerada a 467 empregados no dia 5, por tempo indeterminado. Já em São José dos Campos (SP), 325 metalúrgicos entraram em lay-off da última sexta-feira até 7 de agosto. Eles se juntaram aos 473 metalúrgicos que já estavam afastados desde março, também até agosto.