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Estado de Minas

Aumento da renda dos brasileiros estimula ampliação das apólices

Seguros protegem objetos de valor até mesmo sentimental em casa, como flores e obras de arte, além de partes do corpo


postado em 16/05/2015 06:00 / atualizado em 16/05/2015 07:14

"Acho que compensa muito, porque na minha região uma consulta com um veterinário custa entre R$ 150 e R$ 200." - Luciana Villela, professora (foto: Gladyston Rodrigues/EM/D.A Press )

Você precisa de seguro para quê? Para proteger o carro, a saúde, a família (seguros de vida) ou para planejar uma reserva financeira? As opções oferecidas hoje pelo mercado vão bem além do que é possível contar nos dedos das mãos. De proteção para a residência a seguro para garantir obras de arte, coleções de orquídeas ou a saúde do melhor amigo, seja ele um cão, seja ele um gato, fazem parte do portifólio do setor. Muitas opções ainda são pouco conhecidas do brasileiro.

O crescimento da renda no país deu fôlego a segmentos tradicionais de proteção ao patrimônio e fez a oferta expandir para além dos modelos mais conhecidos, como os seguros de vida e de automóveis e a previdência privada. José Varanda, professor da Escola Nacional de Seguros, aponta que algumas companhias oferecem proteções que estendem a cobertura para animais domésticos e de estimação, geralmente como cobertura adicional para casos de acidente, transporte para clínicas veterinárias, entrega de ração em casa, funeral, cremação e hospedagem. “Nestes casos existem limites de utilização e de valor, por exemplo: duas vezes ao ano e até R$ 500”, explica.

Dona de quatro cães, Olly, Nina e Clara, da raça Golden Retriever, e Gael, mestiço, a professora Luciana Villela adotou também o gato Changô. Alguns de seus animais, entre eles o bichano, já enfrentou cirurgias e exames e todos visitam regularmente o médico-veterinário. Para cada um dos cinco animais, a professora contratou um plano de saúde e, ao todo, paga cerca de R$ 500 por mês. “Acho que compensa muito, porque na minha região uma consulta com o veterinário custa entre R$ 150 e R$ 200”, conta. Ela conta que prefere ter uma despesa programada do que ser surpreendida por uma fatura que pode desestabilizar seu orçamento. Certa vez, Olly ficou internada por 20 dias, Changô fez duas cirurgias e as despesas foram cobertas pelo plano. “Meus animais são sempre bem cuidados e com todas as vacinas em dia.”

Com a proposta de estender aos animais de estimação assistência parecida com a recebida pelo dono, há oito anos, foi criado em Belo Horizonte o plano de saúde Dog Life. Oferecendo coberturas que vão desde consultas, até cirurgias, exames e internações para cães e gatos, o plano já tem uma carteira que ultrapassa 1,5 mil vidas. A diretora-presidente da operadora, Ana Luiza Ziller, conta que o produto está presente também em Brasília, e em breve deve chegar a São Paulo e Rio de Janeiro. As mensalidades variam de R$ 35,90 a R$ 187,90, dependendo do porte do animal e das coberturas escolhidas. O custo, hoje, é igual para todos os animais, independente da faixa etária, segundo Ana Luiza. “Caso o animal adoeça em outra cidade, ou vá a um veterinário não credenciado, é possível pedir o reembolso, seguindo a tabela do plano e de acordo com as coberturas”, diz Ana.

Contra o imprevisível Os produtos que podem ajudar o brasileiro a se precaver em caso de imprevistos são muitos, A proteção para a residência com serviços agregados, como bombeiro-hidráulico, consertos gerais, chaveiro, instaladores de toda a sorte de necessidades domésticas, como quadros, varal e prateleiras, é um exemplo. Seguro para a responsabilidade civil do síndico do prédio, para partes do corpo e até mesmo para proteger a obra de arte, a joia, o jardim e a mensalidade escolar, se houver desemprego do responsável financeiro, são também produtos que podem ajudar o brasileiro a manter o equilíbrio da rotina.

"Um cirurgião, por exemplo, precisa fundamentalmente de suas mãos para exercer sua profissão, o que justifica contratar a proteção" - Helder Lara Barbosa, presidente do Clube de Corretores de Seguros de Minas Gerais (foto: Edésio Ferreira/EM/D.A Press )

“Muitos seguros ainda são pouco conhecidos pelo brasileiro. A assistência residencial é um exemplo”, observa Helder Lara Barbosa, presidente do Clube de Corretores de Seguros de Minas Gerais. Ele lembra que o seguro, diferentemente do que muita gente pensa, protege a residência, mas custa bem menos do que um seguro de automóvel, por exemplo. De acordo com o executivo, os valores das mensalidades podem começar a partir de R$ 60 por ano e com um contrato de R$ 500 ao ano a segurança pode ser ampliada, protegendo o imóvel não só contra incêndios, como também contra roubos. “Além disso são muitos serviços de assistência que são agregados”, destaca.

Segundo Barbosa, seguros de responsabilidade civil, que podem proteger desde síndicos de condomínios, até médicos, clínica e hospitais contra eventuais danos causados a terceiros, são opções com grande potencial de crescimento. Mas o mercado também tem possibilidades diferentes, dentro de seguros tradicionais. Esse é o caso da proteção específica para partes do corpo, muito utilizado por celebridades, mas também por profissionais que dependem profissionalmente de um membro do corpo. Keith Richards, guitarrista da banda Rolling Stones, tem um seguro para o dedo médio de sua mão esquerda, que segundo a imprensa, estaria protegido pelo valor de US$ 1,6 milhão.

“Um cirurgião, por exemplo, precisa fundamentalmente de suas mãos para exercer sua profissão, o que justifica contratar a proteção”, explica Barbosa. Segundo ele, que também está à frente da corretora Todo Risco, a proteção para partes do corpo entra no seguro de vida, com cláusula para invalidez majorada para algumas partes do corpo. “Um jogador de futebol pode ter indenização das pernas até 100% do valor do capital”, explica.


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