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Estado de Minas

Brasil e China assinam 35 acordos durante visita do primeiro ministro Li Keqiang

A presidente destacou os investimentos na ferrovia transcontinental como um dos mais importantes


postado em 19/05/2015 15:49 / atualizado em 19/05/2015 15:56

Dilma e primeiro-ministro chinês durante assinatura de atos(foto: Marcelo Camargo/Agência Brasil)
Dilma e primeiro-ministro chinês durante assinatura de atos (foto: Marcelo Camargo/Agência Brasil)

A presidente Dilma Rousseff classificou como "importante" a reunião que teve com Li Keqiang, primeiro ministro da China, para as relações entre os dois países. Ela falou rapidamente à saída do evento onde foram assinados 35 atos e após a ida do primeiro ministro para o Palácio do Itamaraty, onde ocorrerá um almoço.

A presidente comentou que essas reuniões trouxeram características novas, com ênfase em infraestrutura. Ela destacou os investimentos na ferrovia transcontinental como um dos mais importantes. "Ela é uma ferrovia estratégica para o Brasil, liga o Atlântico ao Pacífico", disse a presidente.

Dilma também destacou o acordo entre a Caixa Econômica Federal e o Banco Industrial e Comercial da China (ICBC), que deve alcançar US$ 50 bilhões. "Tem também o fundo feito entre o governo chinês com o governo brasileiro. A parte chinesa oferece colocar US$ 30 bilhões. Nós vamos colocar outra quantia que estamos avaliando ainda o quanto", explicou a presidente.

Ela ainda disse que eles têm interesses em estaleiros, refinarias e na licitação do remanescente da faixa de 4G de telefonia celular.

A presidente Dilma afirmou que os dois países têm desempenhado um papel de destaque na construção de uma nova ordem global. Dilma destacou que essa parceria "é particularmente importante" em 2015, já que a Organização das Nações Unidas (ONU) celebra 70 anos. Segundo a presidente, a união dos dois países permitirá aprofundar uma "perspectiva em favor da reforma do Conselho de Segurança da ONU".

Ao lado do primeiro-ministro chinês, Li Keqiang, Dilma afirmou ainda que "compartilha da expectativa" de que a próxima cúpula dos Brics, que acontece na Rússia, vai acelerar a implantação do banco do grupo que reúne também Índia e África do Sul.

A presidente disse que Brasil e China aproveitaram o encontro de hoje para renovar o compromisso de atuar no G-20, grupo que reúne as 20 maiores economias do mundo, em defesa de reformas de instituições multilaterais, como o Fundo Monetário Internacional e do Banco Mundial que, segundo ela, "não refletem ainda o peso dos emergentes".

A presidente mencionou ainda a decisão do Brasil de participar como membro-fundador do Banco Asiático de Investimento em Infraestrutura (AIIB, na sigla em inglês). O projeto capitaneado pelos chineses é visto como uma forma de reduzir a influência de instituições multilaterais como o FMI e o Banco Mundial, que na prática são controlados pelos países desenvolvidos. Segundo Dilma, com esse novo órgão passa a haver novas oportunidades de ampliar a participação das empresas brasileira nos mercados chinês e asiático.

Dilma destacou também o papel importante dos dois países para a preservação do meio ambiente e disse que a declaração bilateral de mudança do clima reflete compromisso de Brasil e China com redução de gases de efeito estufa.

Agenda positiva

A visita do primeiro-ministro chinês está sendo tratada pelo Planalto como uma rara oportunidade de apresentar uma agenda positiva e em um ano de dificuldades econômicas.

Segundo Dilma, os dois países também vão utilizar o mecanismo de pagamento em moedas locais, com R$ 60 bilhões por parte do Brasil e 190 bilhões de yuans pelo lado dos chineses. Isso é uma forma de diminuir a dependência do dólar e, segundo a presidente, "contribui para mitigar oscilações monetárias no comércio internacional".

A presidente comemorou a habilitação de oito frigoríficos brasileiros para exportação para a China. Ela lembrou que outras nove plantas estão na fila e que as autoridades chinesas firmaram o compromisso de tratar dessas liberações de forma acelerada. "Foi assinado esse acordo sanitário e, a partir dele, cria-se nova forma de relacionamento entre as autoridades sanitárias brasileiras e chinesas", afirmou.

Dilma afirmou que o setor agropecuário brasileiro tem condições de contribuir muito mais para a segurança alimentar na China. Segundo Dilma, a assinatura do protocolo sanitário cria um marco jurídico para a retomada das exportações aos chineses, de forma sustentável. "Reiterei ao primeiro-ministro chinês nosso interesse no estabelecimento de um processo efetivo e ágil de habilitação para exportação de carne bovina, suína e aves", afirmou a presidente.

Segundo o Ministério da Agricultura, o acordo tem potencial para gerar R$ 520 milhões em negócios por ano quando todas as plantas estiverem habilitadas. No total, 26 unidades terão essa autorização.

Dilma também destacou o acordo entre a Caixa Econômica Federal e o Banco Industrial e Comercial da China (ICBC), que deve alcançar US$ 50 bilhões. "Tem também o fundo feito entre o governo chinês com o governo brasileiro. A parte chinesa oferece colocar US$ 30 bilhões. Nós vamos colocar outra quantia que estamos avaliando ainda o quanto", explicou a presidente. Ela ainda disse que eles têm interesses em estaleiros, refinarias e na licitação do remanescente da faixa de 4G para celular.

Em discurso de encerramento do Encontro Empresarial Brasil-China, a presidente Dilma Rousseff disse que o Brasil quer que empresários chineses participem de investimentos em refinarias e estaleiros por aqui.

Ao lembrar dos acordos assinados entre a Petrobras e empresas chinesas, Dilma destacou que a parceria "reflete não só a confiança na Petrobras", mas também amplia a "parceria que temos com as empresas chinesas no Campo de Libra".

O presidente da Petrobras, Aldemir Bendine, e o presidente do Cexim, Hu Xiaolian, assinaram acordo-quadro de cooperação para financiamento de projetos da Petrobras no valor de US$ 2 bilhões. Bendine também assinou acordo com o presidente do Conselho do Banco de Desenvolvimento da China (CDB), Hu Huaibang, que prevê financiamento de projetos da Petrobras no valor de US$ 5 bilhões.


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