São Paulo, 20 - Ainda que os juros básicos cheguem a 14% ao final deste ano, conforme a expectativas do mercado, será difícil o Brasil baixar a inflação para a meta, de 4,5%, de acordo com Ilan Goldfajn, economista-chefe do Itaú Unibanco. "Esse ano, teremos inflação de 8,5%. Para chegar em 4,5%, precisamos de uma queda de 4 pontos porcentuais. Os dissídios já estão começando e passados oito meses, também teremos uma inflação de 8,5%. Não será fácil a inflação cair", avaliou ele, em evento da Associação Brasileira das Entidades de Crédito Imobiliário e Poupança (Abecip).
Na visão mais otimista, conforme Goldfajn, o Brasil deve ter uma inflação de 5,5%, 5% no ano que vem. Ele acrescentou, contudo, que quanto mais baixo for o indicador, maior será a recessão no País à medida que os juros terão de permanecer elevados.
Sobre a Selic, que encarece o custo de emissões de letra imobiliária garantida (LIG), tema do evento da Abecip, o economista-chefe do Itaú observou que a taxa de juros atual não é permanente. "A taxa de juros não veio para ficar. Os ajustes não devem ficar por muito tempo. À medida que a inflação passe a cair, os juros também vão reduzir", analisou o especialista.
O Itaú prevê que os juros fiquem em 13,5% neste ano e recuem para 12,00% no próximo exercício. A inflação deve ficar em 8,5% e 5,5%, nesta ordem, segundo o banco.