São Paulo, 20 - A desaceleração do crédito imobiliário é natural em um cenário de ajustes, de acordo com o consultor da vice-presidência de Habitação da Caixa Econômica Federal, Fernando Magesty. "O momento é de ajustes, mas não vejo estragos maiores no crédito imobiliário. A desaceleração é natural, mas a maioria dos distratos ocorreu por fatores especulativos da venda de imóveis e não na mudança de política de análise de risco", explicou ele, em evento da Associação Brasileira das Entidades de Crédito Imobiliário e Poupança (Abecip).
No primeiro trimestre, o volume de crédito imobiliário contratado na Caixa ficou estacionado, impactado pela redução dos depósitos na poupança, principal fonte de recursos para o segmento. O banco registrou expansão de somente 0,3% em relação ao mesmo período do ano passado e tem o desafio de repetir o mesmo volume de desembolsos de 2014, que chegou a R$ 129 bilhões.
Com falta de funding, a Caixa passou a financiar um menor porcentual do valor dos imóveis usados e restringiu a oferta de crédito com recursos da poupança. Além disso, já aumentou os juros do crédito imobiliário por duas vezes. Para este ano, a Caixa espera que a carteira de crédito imobiliário cresça entre 12% e 15% neste ano. Tal intervalo é bem mais tímido que a taxa de expansão de 25,7% vista no ano passado.