São Paulo, 25 - O momento que o Brasil atravessa é difícil e complexo e o remédio para sair dessa situação é amargo, de acordo com o presidente do Itaú Unibanco, Roberto Setubal. Neste cenário, o País caminha para fazer a lição de casa, segundo ele, e a economia deve começar a apresentar melhora ao longo da segunda metade deste ano e em 2016.
"Estamos passando por uma fase complicada. O remédio é amargo e não tem o que fazer. Tomado o remédio, os efeitos colaterais e reais passarão a existir", avaliou Setubal, em evento de premiação, em São Paulo. "Acredito que já vamos ver economia melhorando um pouco ao longo do segundo semestre e um ano moderado em 2016", acrescentou.
Na visão de Setubal, o ano está sendo particularmente difícil para o mundo financeiro por conta de crédito e inadimplência. Os bancos têm aumentado o gasto com calotes devido à piora do risco corporativo no Brasil em meio aos desdobramentos da Operação Lava Jato, que apura denúncias de cartel e corrupção na Petrobras.
No entanto, o Itaú tem apresentado resultado razoável, conforme Setubal, por conta das medidas que tomou desde 2011, quando passou a priorizar segmentos de menor risco. Como consequência, controlou os calotes, cuja melhoria na qualidade de ativos têm se renovado a cada trimestre, e elevou seu retorno. No primeiro trimestre, o lucro líquido do Itaú foi a R$ 5,733 bilhões, 29,7% maior que o visto em mesmo intervalo do ano passado, de R$ 4,419 bilhões.
Segundo Setubal, o Brasil está no caminho de fazer a lição de casa para as coisas melhorarem. "Sou otimista e acredito no Brasil. As coisas vão melhorar", destacou o presidente do Itaú Unibanco.
Mais cedo, em entrevista ao Broadcast, o executivo disse que corte de R$ 69,9 bilhões anunciado pelo governo na semana passada foi importante. "Foi um corte importante. O governo está na direção certa", resumiu ele.