Por causa da seca que atinge alguns municípios de Minas Gerais desde o ano passado, planejamento e investimento em tecnologia são uma boa alternativa e se tornam ainda mais necessários por causa do atual cenário hídrico do estado. Além de reduzir o consumo, empresas e indústrias estão focadas em adaptar o negócio para o uso racional da água. Na agricultura não é diferente. Em Minas Gerais, produtores rurais recebem há três meses uma tecnologia importada dos Estados Unidos.
O gestor ambiental Eduardo Portela de Assis, da PS, Projetando Soluções e representante no Brasil da novidade, explica que a ferramenta é um novo tipo de encanamento, com aplicações urbanas mas principalmente para agroindústria, que promete economizar cerca de 30% da água e ao mesmo tempo aumentar a produção. Isso é alcançado pelo material usado e a forma como a água circula. " O sistema quebra o tamanho das moléculas de todas as partículas da água, reduzindo a pressão e ao mesmo tempo aumentando a vazão, além de reduzir uso de fertilizantes e produtos químicos, sem consumo de energia", disse. Segundo ele, o custo varia de R$ 2 a R$ 10 mil, de acordo com o tamanho.
A crise hídrica assola a capital e praticamente todas as regiões mineiras. São 93 municípios em estado de emergência por causa da seca, segundo balanço da Defesa Civil Estadual. A situação se agrava ainda mais já que o consumo de água na Grande BH caiu 15% em relação ao ano passado, contra o objetivo de 30% estabelecido pela Copasa.
Com a economia de abril, a possibilidade de adoção de medidas para restringir o consumo, como a tarifa de contingência, podem ser adotas nos próximos meses, quando prevalece o tempo seco. Em fevereiro, quando a Copasa divulgou balanço completo sobre a variação do consumo de água, constatou-se que apenas 20,37% das pessoas na Região Metropolitana de Belo Horizonte economizaram o necessário para atingir a meta de 30%. Para piorar a situação, naquele mês 26,73% aumentaram o consumo de água. No estado, 27,59% gastaram mais.
Com a economia já praticamente estagnada, os empresários temem que a seca agrave ainda mais o quadro de produção de energia e fornecimento de água, obrigando até mesmo a paralisação das atividades de algumas indústrias, como já ocorre em diferentes regiões do estado. Em março, a Federação das Indústrias de Minas Gerais (Fiemg) lançou o Pacto de Minas Pelas Águas, iniciativa para incentivar a redução no uso dos recursos hídricos em Minas. Na ocasião, foram apresentadas boas práticas ambientais realizadas por algumas indústrias e que podem ser conferidas no site da FIEMG, através do link Pacto das Águas, e podem ser cadastradas no www.feam.br.