Mesmo com a alta superior a 40% do dólar ante o real nos últimos 12 meses, a conta de viagens internacionais continuou a registrar déficit em abril. No mês passado, a diferença entre o que os brasileiros gastaram lá fora e o que os estrangeiros desembolsaram no Brasil deixou um saldo negativo de US$ 1,2 bilhão. É verdade, porém, que o ritmo diminuiu já que em igual mês do ano passado, o déficit nessa conta era de US$ 1,796 bilhão.
O desempenho da conta de viagens internacionais foi determinado por despesas de brasileiros no exterior, que somaram US$ 1,644 bilhão em abril. Já o gasto dos estrangeiros em passeio pelo Brasil ficou em US$ 444 milhões no mês passado. No acumulado do ano até abril, o saldo líquido dessa conta ficou negativo em US$ 4,795 bilhões. Em igual período do ano passado, esse valor era de US$ 5,921 bilhões.
De acordo com Tulio Maciel, chefe do Departamento Econômico do Banco Central, há uma mudança de comportamento registrado na conta de viagens internacionais. Segundo ele, os gastos de brasileiros no exterior recuaram 19% no quadrimestre. Na comparação entre abril e igual mês do ano passado, o tombo foi de 33%. "O câmbio encareceu viagens internacionais e agora observamos recuo significativo", disse.
Maciel explicou ainda que além do dólar mais alto frente o real, o menor ritmo de atividade econômica também afeta esses gastos. Ele divulgou também dados parciais da conta de viagens. Até 22 de maio, os gastos de estrangeiros no Brasil somavam 307 milhões; as despesas de brasileiros no exterior, em contraponto, estavam em US$ 1,125 bilhão. A diferença entre essas duas contas deixou um saldo negativo de US$ 818 milhões.