Depois da fábrica de São Bernardo do Campo (SP), a Mercedes-Benz deve adotar medidas de corte de produção nos próximos meses na unidade de Juiz de Fora (MG). Segundo o sindicato dos metalúrgicos da cidade mineira, dois grupos de até 120 trabalhadores devem entrar em lay-off (suspensão temporária dos contratos), sendo um de julho a outubro e outro de novembro até o fim de março. Na unidade, há atualmente cerca de 100 trabalhadores com contratos suspensos, que devem retornar ao trabalho na segunda-feira, 01.
De acordo com o diretor do sindicato dos metalúrgicos Antônio Carlos de Souza, a proposta foi apresentada pela empresa aos funcionários em uma das três reuniões com o sindicato nas últimas semanas. No mesmo acordo do lay-off, ele diz que a montadora também propôs reajustar o valor da Participação nos Lucros e Resultados (PLR) dos trabalhadores para um valor menor do que o de 2014, quando os metalúrgicos receberam R$ 6,5 mil. "A empresa diz que está perdendo R$ 2 milhões por dia no Brasil com a queda da produção e teria que dividir esse prejuízo", afirmou o sindicalista.
A proposta do afastamento dos metalúrgicos, afirmou Souza, já foi aceita pelos trabalhadores durante assembleia na segunda-feira, 25. Segundo o dirigente, as direções da montadora e do sindicato voltam a se reunir na manhã desta quinta-feira para fechar os detalhes do lay-off e discutir o valor da PLR, principal ponto de divergência entre as partes. Na unidade, trabalham aproximadamente 700 funcionários, sendo cerca de 400 na linha de produção, que produzem dois modelos de caminhões da marca, de acordo com informações do sindicato.
A Mercedes confirmou a negociação com o sindicato, mas disse que só irá se pronunciar após a conclusão das negociações. Na semana passada, a montadora anunciou que vai demitir até esta sexta-feira , 29, 500 trabalhadores da fábrica de São Bernardo que deveriam voltar do lay-off em 15 de junho. Na unidade, há outros 250 funcionários com contratos suspensos até 30 de setembro. E na segunda-feira, 01, a empresas concede férias coletivas.