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Estado de Minas

Para Roberto Rodrigues, Plano Safra mostra 'upgrade' do setor dentro do governo


postado em 02/06/2015 21:19

Ribeirão Preto, SP, 02 - O coordenador do Centro de Agronegócio da Fundação Getulio Vargas (GV Agro) e ex-ministro da Agricultura, Roberto Rodrigues, afirmou nesta terça-feira, 2, que o volume de R$ 187,7 bilhões para a safra agrícola brasileira 2015/2016 foi "melhor do que o esperado". Segundo ele, a cerimônia de anúncio do Plano Safra, na manhã de hoje, "mostra um upgrade" do setor dentro do governo, em um cenário de restrições na economia e de ajuste fiscal. "Estamos vivendo um momento complicado em demandas, nos chamamentos para o crescimento, com a redução de recursos de crédito. No entanto, para o agronegócio houve um aumento (de 20%). Isso mostra principalmente o prestígio da ministra Kátia Abreu dentro do governo", disse Rodrigues em entrevista ao

Broadcast

Ao Vivo.

Rodrigues admitiu que há uma rejeição da presidente Dilma Rousseff junto ao agronegócio e considerou o apoio dado pelo governo da petista ao setor um sinal de uma reversão nesse quadro. "O Plano Safra pode significar melhoria da imagem do governo junto ao agricultor", disse o ex-ministro, antes de alertar: "Mas tudo vai depender do que vai acontecer daqui para frente; uma coisa é o anúncio, outra é a liberação do recurso em tempo hábil", ponderou.

O coordenador do GV Agro minimizou a redução de R$ 44,1 bilhões para R$ 33,3 bilhões do volume de recursos destinado aos investimentos para a próxima safra. Segundo ele, o cenário de crise econômica e a perspectiva de margens até mesmo negativas em 2015/2016 devem levar o produtor rural a reduzir os investimentos. "Não acho que a redução de recursos disponíveis para investimentos seja uma coisa séria diante do atual cenário", disse.

Para o ex-ministro, mesmo com a alta média de até 40% sobre o ano passado, os juros de até 8,75% ao ano dos financiamentos no próximo período agrícola ainda são positivos para o setor. Isso porque a taxa básica de juros caminha para os 14% ao ano e a inflação anual para os 9% anuais.

Criador das Letras de Crédito do Agronegócio (LCAs) quando era ministro da Agricultura, Rodrigues destacou a importância do uso dos recursos captados com os instrumentos financeiros para fomentar o crédito agrícola na próxima safra. "É um avanço significativo, pois são R$ 53 bilhões, uma quarta parte de todos os recursos", disse Rodrigues, que criticou os planos do governo de taxar em até 15% esses papéis, hoje isentos de imposto. "Seria um retrocesso e ruim para o ambiente político", afirmou.

Apesar dos elogios, o ex-ministro afirmou que os produtores precisam "colocar as barbas" de molho e "não darem passos maiores do que a perna" durante a próxima safra, que promete margens menores e até mesmo negativas. Isso porque, lembra ele, o custo de produção será maior com a alta recente do dólar e ainda os preços das principais commodities agrícolas não sinalizam recuperação para 2015/2016.


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