Mesmo com queda na demanda e estoques equivalentes a mais de 50 dias de vendas, as montadoras estão aumentando os preços dos veículos novos para compensar o aumento dos custos de produção, justificou nesta segunda-feira, o presidente da Associação Nacional dos Fabricantes de Veículos Automotores (Anfavea), Luiz Moan. Segundo ele, além da volta da alíquota cheia do IPI, as empresas estão repassando aos preços dos automóveis os reajustes nas contas de água e luz e a alta dos preços de matérias-primas em razão da alta do dólar.
Em abril, o preço do carro zero quilômetro subiu em média 0,39%, fazendo com que os veículos novos ficassem 4,83% mais caros no acumulado do ano, de acordo com dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). O aumento dos preços de automóveis é maior do que a inflação medida pelo Índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA), que acumula alta de 4,56% nos quatro primeiros meses deste ano. Em 12 meses, os veículos novos estão 7,33% mais caros, mas o reajuste fica abaixo da inflação de 8,17% acumulada no período.
"O aumento dos preços é decisão de cada empresa, mas tivemos a volta do IPI e aumentos dos custos, com reajuste da água, energia e matérias-primas", afirmou Moan. O executivo avaliou que o aumento dos preços não tem influenciado diretamente as vendas. Segundo ele, o recuo nos emplacamentos de veículos em maio foi motivado principalmente por uma queda "muito forte" do nível de confiança dos consumidores e pelo atraso na conclusão do ajuste fiscal na economia brasileira implementado pelo governo.