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Estado de Minas

Bradesco e Itaú estão interessados na compra do HSBC

Banco anunciou ontem o encerramento de suas atividades de varejo no Brasil e na Turquia


postado em 10/06/2015 06:00 / atualizado em 10/06/2015 07:56

Em meio à série de escândalos por suspeita de ter ajudado clientes em vários países (Swissleaks), incluindo brasileiros, a sonegar impostos o HSBC Holdings anunciou ontem o encerramento de suas atividades de varejo no Brasil e na Turquia. O plano prevê ainda o corte de 22 mil a 25 mil postos de trabalho nos 73 países onde o banco atua. Em comunicado no Brasil, o banco diz que “pretende vender a sua operação no país, mas planeja manter o atendimento aos clientes corporativos de grande porte em suas necessidades internacionais.” O banco confirma que as operações no Brasil estão à venda e nega demissões no país, onde emprega 21.479 pessoas. Os principais interessados são Bradesco e Itaú.


As mudanças fazem parte de uma tentativa da empresa de reduzir os custos em US$ 5 bi e conseguir um retorno sobre o patrimônio líquido de mais de 10% até 2017. O HSBC fez o anúncio em um comunicado enviado à Bolsa de Valores de Hong Kong, pouco antes de oferecer uma atualização detalhada sobre o novo plano de investimentos. Em paralelo às demissões e à redução das operações no Brasil e na Turquia, o banco tem a intenção de acelerar seus investimentos na Ásia, com um enfoque particular na China e no sudeste do continente, apontou o comunicado.

No Brasil, o banco britânico é hoje o sexto maior em ativos, tem 853 agências focadas na clientela de alta renda. Tem ainda a financeira Losango, que financia compras na agência de turismo CVC e nas lojas Hering e Colombo. A Losango está à venda há pelo menos quatro anos, mas o negócio nunca saiu porque o banco pede um valor considerado muito elevado. O banco não detalhou quanto espera obter especificamente com a venda do HSBC Brasil, que teve prejuízo de R$ 549 milhões em 2014. Seu valor é estimado em mais de R$ 10 bilhões, sem contar ágio esperado pela “oportunidade de negócio”. A expectativa do banco britânico é levantar R$ 17 bilhões com a venda das operações no Brasil e na Turquia.

Na semana passada, Itaú, Bradesco e Santander fizeram propostas iniciais pelo banco. O Bradesco é visto como o mais interessado no HSBC, por agregar clientes de alta renda, enquanto o Itaú tem demonstrado pouca disposição para uma oferta mais agressiva. Corre por fora o espanhol Santander.

Consumidor

A Proteste Associação de Consumidores orienta os clientes do HSBC que, apesar das informações de que o banco sairá do mercado no Brasil, não há motivo para pânico. Duas das principais agências classificadoras de risco, Moody's e Standard & Poor's, ainda apontam HSBC Brasil como grau de investimento, ainda que no último degrau para deixar de ser.

Ainda assim, a instiuição reforça que o correntista que tem conta no HSBC não pode ser prejudicado com a saída da instituição do mercado brasileiro, mas pode ser o momento de avaliar se não é o caso de mudar de banco, sem esperar que ele seja vendido.

O HSBC Brasil atualmente é o sétimo maior banco no país em ativos, sexto entre os de varejo. A sua aquisição por qualquer banco não deixa de ser prejudicial ao consumidor, devido a diminuição da concorrência do já pouco competitivo mercado bancário brasileiro. Além da falta de opções, os consumidores são resistentes a mudar de banco, o que dificulta muito a melhoria dos serviços, visto não ser uma concorrência agressiva.

O HSBC esclareceu em nota que está sob processo de venda, mas ainda não de encerramento de operações no país, e que continuará operando normalmente mesmo após a venda.

Se o HSBC for vendido, o cliente precisa verificar se o serviço prestado pela nova instituição é do interesse dele, se vai ser mantido o mesmo relacionamento que já existe com o gerente, e acompanhar o que vai ser feito daqui para frente. É importante que o consumidor fique atento e procure o gerente para conversar, mesmo que as mudanças não sejam imediatas.

De qualquer forma, a qualidade do atendimento deve ser assegurada. Pacotes de serviços, empréstimos, financiamentos, juros acertados e investimentos, tudo deve ser mantido conforme acertado nos contratos com o consumidor.

Quem comprar o HSBC até pode diminuir o número de agências (atualmente são 850 agências em todo o país), desde que o consumidor não seja prejudicado. Caso o consumidor fique horas na fila porque diminuíram a quantidade de caixas devido a mudança, isso configura má prestação de serviços. Nesse caso, ele deve reclamar a um órgão de defesa do consumidor ou ao Banco Central.


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