Um dia depois de o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) divulgar o Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) de maio, que subiu 0,74%, maior resultado para o mês desde 2008, o ministro da Fazenda, Joaquim Levy, disse que o Banco Central está vigilante e deverá continuar vigilante para que se traga a inflação em 2016 para 4,5%, a meta fixada pelo Conselho Monetário Nacional (CMN).
Sob pressão da alta dos preços dos alimentos e da energia elétrica, a inflação acelerou em maio e ficou acima das expectativas do mercado. Isso levou investidores a apostar em novas altas da taxa de juros, para tentar conter a escalada dos preços. Além disso, economistas dizem que ficou mais difícil para o BC entregar a inflação no centro da meta, de 4,5%, em 2016, como vem prometendo.
O Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) subiu 0,74% em maio, o maior resultado para o mês desde 2008. A taxa acumulada em 12 meses subiu mais um degrau e, aos 8,47%, está no maior nível desde dezembro de 2003, informou o IBGE.
"Esse é um trabalho conjunto (levar a inflação para o centro da meta). E é muito importante a inflação estar convergindo para criar confiança na sociedade para aquele plano de R$ 198 bilhões das concessões poder ir para frente porque requer confiança, credibilidade, estabilidade na economia", disse Levy, referindo-se ao plano de investimento em logística anunciado pelo Planalto na terça-feira (9).
Levy negou que a inflação esteja fora do controle, após ser questionado pelo Broadcast. Ele conversou com a imprensa ao deixar o anexo do Palácio do Planalto, onde está localizado o gabinete do presidente da República em exercício, Michel Temer. O ministro da Fazenda saiu do local ao lado do presidente da Câmara dos Deputados, Eduardo Cunha (PMDB-RJ). No momento, o governo tenta garantir a aprovação do projeto de lei que revê a política de desoneração da folha de pagamento, votação considerada crucial pelo governo para "virar a página" do ajuste fiscal. De acordo com o ministro da Fazenda, a reunião com Temer foi para tratar do "crescimento do Brasil".
Inflação
Mais cedo, a presidente Dilma Rousseff disse, em Bruxelas, onde participou da cúpula União Europeia-Celac, que "o Brasil não pode conviver com inflação alta", mas "já está tomando todas as medidas" para estabilizar os preços. Indagada sobre a crise internacionais e seus desdobramento, a presidente afirmou que a "marolinha" "virou onda".