O plano do HSBC de vender sua operação no Brasil deve atrair grandes bancos que já operam no país, mas não deve mudar substancialmente o competitivo cenário do setor financeiro do país, avalia a agência de classificação de risco Fitch.
Em nota, a Fitch lembra que o HSBC, embora seja o sexto maior banco comercial do país, é responsável por apenas 3% dos depósitos, respondendo assim por uma participação de mercado muito modesta ante os cinco primeiros colocados.
A agência acredita que os três maiores bancos privados operando no país, Bradesco, Santander Brasil e Itaú, são os que têm as maiores chances de levar a operação. "Assim como o HSBC, os três conquistam e retém seus clientes não apenas oferecendo contas bancárias e empréstimos, mas também cuidando de seus investimentos. Seus pacotes de produtos para clientes comerciais também são mais desenvolvidos do que em bancos privados nacionais menores", diz a Fitch.
Ainda de acordo com o agência, a venda do HSBC não deve atrair instituições financeiras sem presença no país, dado o perfil concentrado da indústria bancária brasileira, a posição dominante e competitiva dos cinco maiores bancos e o cenário adverso da economia local. "Players regionais do Chile, México, Peru e Colômbia não apresentam o tamanho necessário para considerar a aquisição uma oportunidade", diz a Fitch, acrescentando que as maiores exigências do Basileia III também devem pesar sobre a avaliação de qualquer oferta.