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Estado de Minas

Joaquim Levy descarta volta da CPMF


postado em 12/06/2015 15:07 / atualizado em 12/06/2015 16:06

O ministro da Fazenda, Joaquim Levy, descartou nesta sexta-feira, o retorno da CPMF (Contribuição Provisória sobre Movimentação Financeira). Questionado por jornalistas sobre se o imposto retornaria, Levy foi enfático: "Não há perspectiva". O ministro foi também perguntado se a volta da contribuição estaria sendo cogitada, ao que ele voltou a responder: "Eu não estou cogitando".

Levy, disse ainda nesta sexta-feira, na 43ª Reunião do Conselho Consultivo do World Trade Center (WTC), que em função do realinhamento dos preços relativos da economia a política monetária teve que se tornar mais dura. Para ele, no entanto, a política monetária começa a fazer efeito. "Não se pode tapar canais que fazem efeito", disse o ministro, acrescentando que quando se sobe juro não se pode aumentar o crédito.


De acordo com Levy, é bastante comum haver reclamações e pedidos para retomadas de linhas de crédito em períodos de apertos monetários. "Mas se aumenta o crédito não adiantou nada aumentar a taxa de juros", disse o ministro. "Não podemos atrair fatores ao contrário dos canais da política monetária", reforçou o ministro para uma plateia de cerca de 100 empresários.

Mais adiante no seu discurso, Levy voltou a falar sobre o crédito no Brasil. Disse que com a entrada da economia em outro patamar a partir de 2000, observou-se que a estrutura da economia brasileira se tornou obsoleta e que um desses problemas é o crédito. Segundo o ministro, o Brasil tem crédito direcionado para vários setores a taxas de juros diferentes. Isso, segundo ele, até suscitou debates ideológicos no País por alguns períodos sobre se era certo ou não.

"Mas a estrutura do crédito foi feita há 50 anos, na época do Dr. Bulhões", disse, ao se referir ao economista e ex-ministro da Fazenda Otávio de Gouveia Bulhões. De acordo com Levy, esta estrutura não dá mais conta da demanda por crédito hoje. "Os ditos créditos direcionados chegaram a seu limite", disse. Levy deu como exemplo, o setor imobiliário, que passou por mudanças porque a demanda por imóveis cresceu mais que o ritmo de crescimento dos depósitos na caderneta de poupança. "Não foi o governo que promoveu as mudanças", disse o ministro.

Banco Central

Levy deu mais uma vez demonstração de apoio pleno à atuação firme do Banco Central para conter a alta de preços. "O BC está sendo bastante duro no combate à inflação", destacou. Ele comentou de passagem em palestra sobre a elevação de 0,74% do IPCA de maio.

Levy ressaltou que a atuação do Copom com as ações do seu ministério estão agindo em harmonia e são pilares essenciais da política macroeconômica do governo. "O trabalho fiscal e o do BC é o que estamos fazendo para o direcionamento da economia", apontou. "Mudamos de patamar com estabilidade fiscal e atuação do BC no combate à inflação."


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