A queda de 0,84% do IBC-BR em abril ante março indica que a economia "está em profunda recessão" e o Produto Interno Bruto (PIB) no segundo trimestre deve registrar uma queda de 1,5% na margem, comentou ao Broadcast, José Márcio Camargo, professor da PUC-RJ e economista-chefe da Opus Gestão de Recursos.
O indicador apurado pelo Banco Central mostrou também uma retração de 1,30% em abril, no acumulado em 12 meses. "Com a forte queda do nível de atividade que é claramente observada em diversos setores produtivos e também junto às compras dos consumidores visto no primeiro trimestre e agora no segundo trimestre o produto interno bruto deverá recuar 1,5% neste ano", comentou.
Na avaliação de Camargo, há um conjunto de fatos que determinam o recuo expressivo da demanda agregada na primeira metade do ano, como inflação acima de 8% ao ano, queda de investimentos, retração da produção industrial e deterioração do mercado de trabalho, com impactos na renda dos assalariados. "Neste contexto, a Receita Bruta de Serviços em abril caiu 6% em abril ante março em termos reais, o que é também um resultado bem ruim."