Atenas – Filas se formaram nos caixas eletrônicos automáticos dos bancos em Atenas, com temores em relação à solvência da nação e ao destino do país como membro da Zona do Euro. A maioria dos caixas estava desembolsando dinheiro, mas autoridades bancárias da Grécia diziam que esforços estavam sendo feitos para abastecer as unidades que ficavam sem notas. As filas são um sinal da ansiedade e surpresa causada na população pelo anúncio do primeiro-ministro grego, Alexis Tsipras, de que convocaria um referendo sobre as medidas de austeridade propostas pelos credores internacionais em troca de uma nova ajuda financeira.
Uma rejeição ao programa no referendo levaria o país ao colapso financeiro e saída da Zona do Euro. Um sim, por sua vez, traz o risco de acentuar a austeridade e a crise política. Os bancos gregos são o calcanhar de Aquiles da economia do país e da posição do governo nas negociações, porque estão pressionados pela fuga dos depositantes e a crescente impaciência de muitas autoridades da União Europeia, que devem aprovar um empréstimo de emergentes para que o banco central da Grécia cubra as perdas dos depósitos.
Os gregos formam filas também nos postos de gasolina. “Não sei se o que Tsipras está fazendo é o certo, mas pelo menos está tentando negociar”, disse uma das pessoas que aguardava para abastecer seu automóvel.
TELECONFERÊNCIA O Banco Central Europeu (BCE) deverá realizar hoje reunião por meio de conferência telefônica para discutir a Grécia, disse uma autoridade grega. Se o Banco Central Europeu decidir que não vai mais cobrir o número crescente de saques, os bancos gregos podem ser forçados a fechar suas portas e o governo lançar mão de um drástico controle de capital. Analistas dizem que o BCE não pode mais ficar em cima do muro. O BCE precisará decidir se irá quebrar suas regras de concessão de empréstimos e, assim, manter os bancos gregos líquidos até o referendo com empréstimos de emergência, com o que já desembolsou próximo de 89 bilhões de euros, ou restringir a provisão de recursos e tomar o risco de provocar uma crise bancária.