O Ministério da Agricultura anunciou nesta segunda-feira, 29, que os Estados Unidos liberaram a importação de carne in natura de 13 estados do Brasil, além do Distrito Federal. Em nota, a pasta diz que a medida favorece 95% da agroindústria exportadora brasileira. "Agora caberá aos Estados brasileiros se habilitarem para a venda de carne in natura ao mercado norte americano", diz o comunicado.
De acordo com o ministério, os estados que podem se habilitar a exportar carne bovina in natura para os Estados Unidos são Tocantins, Bahia, Espírito Santo, Goiás, Mato Grosso, Mato Grosso do Sul, Minas Gerais, Paraná, Rio Grande do Sul, Rio de Janeiro, Rondônia, São Paulo e Sergipe, além do Distrito Federal. Ainda segundo o ministério, as 14 unidades da Federação estão livres de febre aftosa com vacinação. A expectativa da ministra Kátia Abreu é de que em cinco anos o Brasil esteja exportando 100 mil toneladas de carne bovina para os Estados Unidos. Nos últimos 15 anos, os norte-americanos vinham negociando a compra de carne bovina in natura do Brasil.
A abertura do mercado ao produto brasileiro é uma sinalização importante para o setor agropecuário brasileiro, disse o ministério em nota. Na interpretação de Kátia Abreu, essa decisão do governo Barack Obama é como "ter uma senha" para o acesso a outros mercados. "É o céu que se ilumina", afirmou a ministra no comunicado. Ao longo do próximo semestre ela quer abrir novos mercados para a carne brasileira.
O ministério informou ainda que o Departamento de Agricultura dos Estados Unidos (USDA, na sigla em inglês) deve publicar nesta terça-feira, 30, comunicado oficial no qual reconhece o status sanitário do rebanho bovino brasileiro, o Final Rule, necessário para a importação de carne in natura do Brasil. Segundo a pasta, o USDA anunciou a medida nesta segunda em seu site.
Atualmente, o Brasil exporta apenas carne processada (ou industrializada) para o mercado americano.
Encontro
O anúncio da liberação da importação de carne in natura do Brasil acontece na véspera do encontro entre os presidentes Dilma Rousseff e Barack Obama em Washington. A resolução, que entrará em vigor dentro de 60 dias, diz que a carne in natura pode ser importada de maneira "segura".
A decisão deverá impulsionar as vendas internacionais do produto, já que a aprovação das autoridades fitossanitárias dos EUA é vista como uma espécie de "selo de qualidade" na Ásia e na Europa. Os embarques estavam bloqueados em razão de surtos de febre aftosa ocorridos no passado. A negociação para a abertura do mercado durou anos e ganhou impulso na preparação da visita de Dilma, que simboliza a retomada das relações entre os dois países depois da crise gerada pela revelação de que a agência de espionagem americana, a NSA, monitorou comunicações da presidente.