(none) || (none)
UAI
Publicidade

Estado de Minas

Idosos e jovens são os que mais sentem efeito da crise no bolso

Jovens são os mais endividados, enquanto idosos ajudam a aumentar a inadimplência


postado em 12/07/2015 07:00 / atualizado em 12/07/2015 08:21

Simone Kafruni e
Alessandra Azevedo
Especial para o EM


Em tempos de recessão, com desemprego em alta e salários comprimidos pela inflação resistente, basta olhar para o lado para encontrar alguém em situação difícil. Poucos são os que conseguem escapar das dívidas e das contas em atraso. Hoje, um quarto da população do país está listado em cadastros de devedores inadimplentes, apontam os serviços de proteção ao crédito. Dados do Banco Central (BC) mostram que, apenas para o setor bancário, os brasileiros devem R$ 1,4 trilhão. Mas quem é o devedor brasileiro?


A cara da dívida é híbrida. Enquanto os jovens são os responsáveis pelo maior volume de endividamento, são os idosos que registram o maior crescimento da inadimplência. Para o Serviço de Proteção ao Crédito (SPC Brasil), 56,5 milhões de brasileiros estão inadimplentes, resultado que representa 38,6% da população entre 18 e 95 anos. Jovens entre 18 e 39 anos detêm mais de 53% das dívidas atrasadas no país, sendo que 29,15% do total está concentrado na faixa de mais de 30 anos. “Nessa fase da vida, gastos como a compra de imóveis, carros e despesas com os filhos são bastante consideráveis”, justifica a economista-chefe do SPC Brasil, Marcela Kawauti.


A própria entidade apura, contudo, que as pendências devidas por pessoas com 85 a 94 anos foram as que mais cresceram na comparação anual, com variação de 10,18%. Entre 65 e 84 anos, a inadimplência cresceu 9,10%, o segundo resultado anual mais alto da pesquisa. “Desde o início da série histórica, essas dívidas se destacam com altas taxas de crescimento. Houve uma mudança no padrão de qualidade de vida. Os mais velhos estão gastando mais. Além disso, eles têm mais facilidade de tomar empréstimo consignado com as aposentadorias”, destaca a economista-chefe do SPC Brasil.
Os dados também revelam uma atitude condenada por 10 entre 10 especialistas em finanças pessoais: os idosos estão emprestando mais o nome para os familiares conseguirem crédito mais barato no consignado. O empréstimo do nome é responsável por 13% da inadimplência, atrás apenas do desemprego (31%) e do descontrole financeiro (28%), segundo pesquisa da Boa Vista Serviço Central de Proteção ao Crédito (SCPC), que também aponta que 62,7% dos inadimplentes que pagam suas dívidas voltam a atrasar as contas depois de um ano.


Outro levantamento, este inédito, da Serasa Experian, com base na segmentação Mosaic Brasil, que leva em conta 11 grupos dominantes da sociedade brasileira, aponta que, das pessoas acima de 60 anos, cerca de um terço é chefe de família e sustenta os gastos da casa no Brasil, o que justifica o aumento da inadimplência em um momento em que a economia nacional passa por uma grave crise.

Débito alto A segmentação feita pelo Mosaic Brasil aponta o jovem adulto da periferia como o maior devedor brasileiro, com uma participação de 28,27% na inadimplência do país. Para a Serasa, 55,6 milhões de brasileiros estão inadimplentes, número muito próximo do registrado pelo SPC Brasil. No total, diz a Serasa, os consumidores devem mais de R$ 234 bilhões e têm dívida média de R$ 4,2 mil. Júlio Leandro, superintendente do Serasa Consumidor, explica que a inadimplência está disseminada em todos os segmentos. “Ela é maior entre jovens da periferia porque eles são mais impulsivos, têm desejo de consumir, de impressionar, mas têm salários mais baixos e ainda são imaturos”, explica.


A segunda categoria com mais dívidas não pagas (19,08%), pontua o Mosaic Brasil, são os trabalhadores urbanos, jovens adultos de até 35 anos, iniciando suas carreiras, portanto com salários ainda baixos. “Esse grupo está lutando para se firmar, não tem situação tão confortável, embora tenha mais maturidade”, diz Leandro. A lista segue com adultos estabelecidos (12,35%), entre 30 e 60 anos, com boa escolaridade e que atingiram um padrão de vida relativamente confortável. “São os chefes de família, com todo o peso e responsabilidade da classe média. Este perfil tem tendência a se endividar”, afirma o superintendente do Serasa Consumidor.

 

 

 


receba nossa newsletter

Comece o dia com as notícias selecionadas pelo nosso editor

Cadastro realizado com sucesso!

*Para comentar, faça seu login ou assine

Publicidade

(none) || (none)