Belo Horizonte, 14 - O presidente da Companhia de Desenvolvimento Econômico de Minas Gerais (Codemig), Marco Antônio Castello Branco, disse que a estatal quer seguir o exemplo da empresa de participações do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES), a BNDESPar, e ser uma fomentadora de investimentos para o Estado por meio de compra de participações minoritárias em empresas instaladas em Minas Gerais.
"A missão da Codemig dada pelo governo de Fernando Pimentel (PT) é para estruturar mecanismos de fomento, principalmente para pequenas e médias empresas, e dar suporte à internacionalização delas. E o faremos entrando no capital dessas empresas, com compra de participações mínimas. A Codemig vai poder se transformar em uma BNDESPar", afirmou a jornalistas, no V Fórum Empresarial do Mercosul.
Conforme o executivo, ainda não há um orçamento previsto para essas compras de participações, pois a Codemig está no processo de finalização de obras iniciadas pela gestão passada. "Estamos redirecionando todo o fluxo de recebíveis para as obras que herdamos. Assim que limparmos a carteira de obras, sobrará recursos para investimentos nessa área. E será neste ano ainda", informou.
Entretanto, Castello Branco disse que há uma carteira de potenciais empresas para receberem o aporte da empresa pública. "Estamos muito focados no setor de alta tecnologia, em fármacos, por exemplo, além dos setores de defesa aeroespacial, biotecnologia (na produção de remédios) e energia (na área de fotovoltaicos), entre outros", citou. Hoje, a Codemig já tem participações com esse perfil, na produção de insulina (Biomm) e semicondutores (Unitec, ex-Six).
Mercosul
Diversificar os itens vendidos ao Mercosul com produtos de maior valor agregado é uma das metas do governo mineiro, segundo Castello Branco. "Minas Gerais ainda está muito ligada ao setor minas-metalúrgico e ao agrícola, nossas opções de integração produtiva com os países do bloco, por exemplo, é diminuta, ainda que haja na área automotiva a Fiat, em Betim, na região metropolitana. Mas se investirmos em setores de alta tecnologia teremos chance de aumentar nossas receitas cambiais oriundas do comércio no bloco", declarou.
Em 2014, o saldo da balança comercial entre Minas Gerais e o Mercosul foi positivo em US$ 203,38 milhões. Os principais produtos mineiros vendidos ao bloco foram veículos de carga (US$ 243,614 milhões ou 11,7% do total); autopeças (US$ 227,219 milhões ou 10,9%); automóveis (US$ 222,586 milhões ou 10,7%); produtos laminados planos de ferro ou aço (US$ 187,270 milhões ou 9%) e motores para automóveis e suas partes (US$ 137, 991 milhões ou 6,6%). Já entre os importados vieram automóveis (US$ 670,267 milhões ou 35,7%); veículos de carga (US$ 205,494 milhões ou 10,9%); ônibus (US$ 201,005 milhões ou 10,7%); sabões, produtos de beleza e toucador (US$ 184,764 milhões ou 9,8%) e autopeças (US$ 88,063 milhões ou 4,7% do total).