Deixar de lado alguns conceitos e experiências tradicionais, criar novidades e soluções modernas para dotar as empresas de um setor de recursos humanos que acompanhe as outras áreas da organização e dê uma cara nova aos negócios. A cada dia que passa, as corporações deixam para trás os processos mais burocráticos e utilizam a tecnologia como aliada para promover soluções criativas, capazes de transformar o ambiente de trabalho. A ideia é investir em pessoas e criar ambientes favoráveis ao trabalho. Os modelos antigos, tanto do ponto de vista da estrutura organizacional, quanto da gestão de pessoas e do negócio não funcionam mais. Como resultado das transformações, surgem benefícios que estimulam a produtividade e, consequentemente, levam ao incremento dos lucros.
Os processos seletivos foram modernizados e, boa parte das empresas que, hoje, aparecem listadas pelos funcionários como boas organizações para trabalhar, pontuam mais o comportamento e os valores do profissional do que o conhecimento técnico na hora da contratação. “Não adianta ter conhecimento se o profissional não souber passar isso para frente e trabalhar em equipe. Hoje, fala-se muito em brilho nos olhos, em vestir a camisa e entregar à empresa muito mais do que aquilo que ela solicita. A organização valoriza muito mais um profissional dedicado, que pensa fora da caixa, que seja pró-ativo, pois é mais fácil ensinar o conhecimento técnico para esse profissional do que mudar seus valores”, afirma Flávia Alencastro, gerente da operação de Belo Horizonte da Robert Half, empresa especializada em consultoria de Recursos Humanos (RH).
A mudança no sistema de contratação permite um recrutamento e seleção mais assertivas que nos moldes anteriores, fazendo com que a rotatividade dos funcionários seja menor. Segundo a pesquisa Great Place to Work (GPTW), nas empresas premiadas em Minas, o percentual de demissões a pedido do próprio trabalhador é baixo, de 16,7%, e as novas contratações representam, em média, 41,9% do total de funcionários no período de um ano.
Listada no ranking 2015 do levantamento em Minas Gerais, a Unimed Federação Minas investe na valorização de pessoas como mecanismo para criar um ambiente de trabalho saudável e produtivo. De acordo com a gestora de RH da empresa, Daniela Volponi Marinho Santiago, a instituição valoriza os colaboradores e promove aqueles que se encaixam nas novas vagas, em lugar do processo externo de seleção. “Nós valorizamos quem já está conosco e quem leva nossos valores repassados pela empresa como trabalho em equipe, respeito, integração e transparência. Se temos uma pessoa aqui dentro que já se encaixa no perfil, para que busca uma outra lá fora? E isso é bom para os colaboradores que entendem que têm chances de crescimento aqui e vestem a camisa da empresa”, diz.
Foi com essa política de valorização do funcionário que o atuário Guilherme Schott saiu da Unimed em Natal, no Rio Grande do Norte, para trabalhar na unidade de Belo Horizonte. Ele trabalha, hoje, com análise de mercado, gestão de riscos, precificação de produtos e cálculo de reservas. “A empresa investe na nossa carreira e também na formação como pessoas. Participamos de cursos, seminários, tudo como incentivo para que sejamos mais eficientes e produtivos. O resultado do investimento é um funcionário mais produtivo, que valoriza a organização e o trabalho em equipe”, revela.
Outro fator apontado por especialistas em RH como fundamental para que a empresa tenha uma boa reputação no entendimento dos funcionários é a promoção de processos claros e gerenciamento completo do ciclo de contratação. Isso é combinado com a implantação efetiva do recrutamento interno, valorizando os talentos que já estão nas empresas. “Quanto mais claros se tornarem os programas de RH, com a determinação de valorizar as pessoas que já trabalham no local, de promover o desenvolvimento e as perspectivas de crescimento dentro da empresa, mais os funcionários vão confiar na organização, dedicando-se mais e vestindo a camisa”, afirma a Flávia Alencastro.