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Estado de Minas

MRV dribla crédito restrito e vende mais

Comercialização no segundo trimestre sobe 3,1% ante janeiro a março, embora tenha havido queda frente ao ano passado


postado em 17/07/2015 06:00 / atualizado em 17/07/2015 07:22

A MRV, maior construtora e incorporadora do país no segmento de imóveis para as classes média e baixa, encerrou o segundo trimestre com aumento de vendas de 3,1% no comparativo com o mesmo período imediatamente anterior. A empresa negociou 9.321 unidades, ante 9.040 entre janeiro e março. Em valores, as vendas contratadas totalizam R$ 1,43 bilhão, representando alta de 4,9% sobre o primeiro trimestre. Clientes de São Paulo responderam por 43% do total contratado, seguido pelos de Minas Gerais, com 15%.

A empresa lançou 7.288 unidades no segundo trimestre, acréscimo de 16% em relação aos primeiros três meses do ano, sendo que 90% delas estão enquadradas no programa Minha casa, minha vida do governo federal, de subsídio a moradias de baixa renda. Por estado, o foco da companhia é São Paulo, com 50% dos investimentos totais da companhia. Bahia (11%), Santa Catarina (11%) e Minas Gerais (8%) segiuem no ranking das primeiras posições. O aporte será de R$ 1,08 bilhão. “O mercado que a MRV ataca ainda tem um volume grande de compradores”, afirma o diretor executivo de finanças e relações com investidores da MRV, Leonardo Guimarães Corrêa.

Apesar do avanço das vendas no segundo trimestre, ante idêntico período do ano passado, os números de vendas contratadas fecharam no vermelho. A queda do universo de unidades foi de 12,4%, enquanto a redução do valor contratado atingiu 5,6%. O percentual relativo à receita é menor devido à elevação do preço médio dos imóveis. O preço subiu de R$ 143 mil para R$ 154 mil no comparativo do segundo trimestre de 2014 com o de 2015.

Os dados, segundo Leonardo Corrêa, refletem o cenário de maior restrição do crédito neste ano. “Se tivessem prevalecido os mesmos parâmetros de crédito do ano passado, teríamos valor contratado superior, de R$ 1,6 a R$ 1,7 bilhão”, afirma Corrêa. Nesse cenário, as vendas simultâneas – com contratos previamente aprovados pelo banco – representaram 92,3% dos contratos ante 16,5% no segundo trimestre do ano passado, o que, segundo o diretor da construtora, representa maior qualidade de crédito.

Com as novas regras para financiamento imobiliário, os empréstimos oriundos da poupança diminuíram a sua participação, caindo de 18% para 14% considerando-se a mesma base de comparação. Com isso, houve expansão do uso dos recursos originários do Fundo de Garantia do Tempo de Serviço (FGTS), passando de 82% para 86%.

A estratégia da MRV é voltada para cidades com demanda forte e baixa competitividade, explicita o comunicado enviado pela construtora ao mercado. “Observamos um mercado demandante, com contínua expansão das vendas. As condições de crédito no segmento de baixa renda e a habilidade da companhia em atuar nas 133 cidades onde estamos presentes contribui para a resiliência do mercado”, diz trecho do texto.

PLANEJAMENTO
Em vista de expansões futuras, a companhia mantém forte a aquisição de lotes. O banco de terrenos totaliza R$ 29,5 bilhões, cifra 7,2% superior à do trimestre anterior, que devem possibilitar a construção de 195,6 mil imóveis. Desse total, 8,29 mil já têm registro de incorporação. Em 85% dos negócios de novos terrenos, a companhia fecha o contrato por meio de permutas ou com o pagamento parcelado depois da liberação do alvará.


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