A participação de pessoas idosas no mercado de trabalho não configura problema no Brasil, para Márcia Tavares, mestre e doutoranda em engenharia de produção pela Coppe da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ). Ela afirma que os mais velhos têm facilidade em agregar conhecimento e experiência em equipes de jovens. Ressalta, entretanto, que no Brasil faltam condições para que as pessoas com mais de 60 anos se mantenham ativas. Uma das deficiências é a falta de programas de educação continuada para que os trabalhadores se atualizem de forma continuada.
Quando ouvia alguém falar em aposentadoria, Valdivino Gomes de Souza imaginava uma fase da vida marcada por descanso e viagens. Hoje, aos 62 anos, e depois de ter contribuido por 35 anos para o INSS, ele sabe que tudo não passou de um sonho. Engenheiro metalúrgico formado na Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG), ele se aposentou aos 56 anos e teve que continuar trabalhando, primeiro prestando serviços para a antiga empresa e, depois, como consultor dela. “A aposentadoria não cobre nem 25% do que representava o meu salário, e sou responsável por sustentar minha mulher, filhos e netos”, conta.
“Temo que a situação do setor previdenciário no país piore, já que, com as pessoas vivendo mais e o país endividado, a coisa fique bem pior do que já é”, diz Valdivino. Para Márcia Tavares, uma dificudade no Brasil é que muitos idosos não poupam durante a fase ativa e depois de se aposentar precisam se manter no mercado de trabalho para ter uma renda adequada.