Pela 14ª rodada consecutiva, a estimativa para a inflação medida pelo Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) deste ano avançou de 9,12% da semana anterior para 9,15% agora no Relatório de Mercado Focus, divulgado nesta segunda-feira, 20, pelo Banco Central. Há um mês, essa projeção estava em 8,97%. Para 2016, houve leve redução de 5,44% para 5,40%.
As estimativas para a inflação estão distantes do centro da meta que é 4,5%. Neste ano, a expectativa é estouro até do teto da meta, 6,5%. O próprio BC projeta inflação em 9%. Ao estourar a meta, o BC tem que enviar carta ao Ministério da Fazenda, explicando os motivos que levaram à alta da inflação.
PIB
Enquanto a inflação sobe, a economia encolhe. Segundo os analistas, a economia deve ter retração de 1,7%, este ano.
Se confirmado o resultado será o pior resultado em 25 anos, ou seja, desde 1990 – quando foi registrada uma queda de 4,35%. Na semana passada, a projeção para a queda do Produto Interno Bruto (PIB), soma de todos os bens e serviços produzidos no país, estava em 1,5%.
No próximo ano, a expectativa é crescimento da economia, mas apenas 0,33%. Na semana passada, a estimativa de crescimento era 0,50%.
Na avaliação do mercado financeiro, a produção industrial deve ter queda de 5%, este ano. Em 2016, o setor deve se recuperar, com crescimento de 1,50%, contra 1,40% previsto anteriormente.
Selic
Para tentar frear a alta dos preços, o Comitê de Política Monetária (Copom) do BC tem elevado a taxa básica de juros, a Selic. A taxa já foi elevada por seis vezes seguidas e o BC tem sinalizado que o ciclo de alta continua. A próxima reunião do comitê está marcada para os dias 28 e 29 deste mês. Atualmente, a Selic está em 13,75% ao ano e as instituições financeiras esperam que a taxa chegue a 14,5% ao final deste ano. No final de 2016, a Selic deve ficar em 12,25% ao ano.
A taxa é usada nas negociações de títulos públicos no Sistema Especial de Liquidação e Custódia (Selic) e serve como referência para as demais taxas de juros da economia. Ao reajustá-la para cima, o BC contém o excesso de demanda que pressiona os preços, porque os juros mais altos encarecem o crédito e estimulam a poupança. Quando reduz os juros básicos, o Copom barateia o crédito e incentiva a produção e o consumo, mas alivia o controle sobre a inflação. (Com agências)