O ano de 2015 tem se caracterizado pela interrupção do processo de queda no desemprego visto em anos anteriores, afirmou nesta quinta-feira, 23, a técnica Adriana Beringuy, da Coordenação de Trabalho e Rendimento do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). "Além de taxas de desemprego mais elevadas, elas estão assumindo uma tendência de crescimento. A realidade é bem diferente de 2014, que era de um mercado de trabalho estável", afirmou.
A taxa de desemprego subiu a 6,9% em junho deste ano, a maior desde junho de 2010, segundo o IBGE. Na comparação interanual, o avanço se deu porque houve corte de vagas e mais de 500 mil pessoas saíram às ruas para buscar trabalho.
"O aumento ocorreu devido ao crescimento muito importante e muito elevado da população desocupada, compartilhado com queda na ocupação", contou Adriana. "O crescimento da desocupação está sendo abastecido por aqueles que perderam emprego e passam a pressionar mercado, mas também pode estar sendo provocado por pessoas que antes não estavam procurando trabalho e agora passam a pressionar o mercado buscando emprego."
Em junho, a desocupação cresceu 44,9% em relação a junho do ano passado. Já a população ocupada diminuiu 1,3% no período, segundo o IBGE.
Para Adriana, a principal fonte de pressão é a população de jovens entre 18 e 24 anos, que tem registrado um intenso aumento na desocupação. A taxa de desemprego nesta faixa da população, que era de 12,3% em junho do ano passado, saltou a 17,1% em junho de 2015.