O dólar comercial sobe mais de 2% em relação ao real e e se aproxima de R$ 3,30 na tarde desta quinta-feira. Por volta das 13h, a moeda norte-americana avançava 2,03%, cotada a 3,291 na venda. Na véspera, a divisa fechou na maior alta em quase dois meses, a R$ 3,2257.
Enquanto o dólar dispara, a Bolsa de Valores de São Paulo cai pelo quinto dia seguido. No mesmo horário, o Ibovespa, principal índice da Bolsa recuava 1,25%, a 50.277 pontos. As ações da Petrobras tinham queda de 1%. Ontem, a Bolsa fechou em baixa pelo quarto dia seguido e no menor patamar desde março. O Ibovespa caiu 1,08%, a 50.915 pontos, afetado pelo recuo das ações de bancos e da Petrobras.
Nesta quinta-feira, o mercado repercute o anúncio do corte da meta de superávit primário do setor público para 2015, de 1,1% do PIB (Produto Interno Bruto) para apenas 0,15%, divulgado ontem pelo governo brasileiro, deixando margem para especulação de déficit primário em 2015. O mercado reflete ainda os dados de desemprego do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), que apontou aumento de 6,7% para 6,9% em junho - maior taxa para junho desde 2010.
A discussão em torno do rating soberano e da manutenção do grau do investimento do Brasil também volta ao foco dos mercados. Em um comentário divulgado hoje, a Fitch afirmou que a revisão das metas de superávit primário ressalta as dificuldades da consolidação fiscal e que a nova meta está abaixo do que havia sido presumido no cenário base de abril, quando fez a última revisão da nota do País.
Para a Fitch, o rating do Brasil é BBB, com perspectiva negativa, também dois degraus acima do nível especulativo. A decisão sobre o rating soberano do País deve ser anunciada nos próximos dias. Para a Moody's, o Brasil tem rating Baa2, com perspectiva negativa. A nota representa dois degraus acima do grau especulativo. (Com agências)