O dólar fechou a quinta-feira em alta de mais de 2%, acima de R$ 3,29, na maior cotação em quatro meses. A moeda norte-americana terminou o dia com avanço de 2,17%, negociada a R$ 3,2958 na venda. É a maior cotação desde 19 de março, quando fechou em R$ 3,2965.
O fechamento da divisa foi influenciado pelo anúncio do corte da meta de superávit primário do setor público para 2015, de 1,1% do Produto Interno Bruto (PIB) para apenas 0,15%, divulgado na noite de ontem pelo governo brasileiro, deixando margem para especulação de déficit primário em 2015.
O mercado teme que o Brasil tenha o cobiçado grau de investimento rebaixado pelas agências de avaliação de risco Moody's e Fitch, e reflete ainda os dados de desemprego do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), que apontou aumento de 6,7% para 6,9% em junho - maior taxa para junho desde 2010.
Em um comentário divulgado nesta quinta, a Fitch afirmou que a revisão das metas de superávit primário ressalta as dificuldades da consolidação fiscal e que a nova meta está abaixo do que havia sido presumido no cenário base de abril, quando fez a última revisão da nota do país.
Para a Fitch, o rating do Brasil é BBB, com perspectiva negativa, também dois degraus acima do nível especulativo. A decisão sobre o rating soberano do país deve ser anunciada nos próximos dias. Para a Moody's, o Brasil tem rating Baa2, com perspectiva negativa. A nota representa dois degraus acima do grau especulativo.
Com agências