Entre 31 de julho e 2 de agosto, representantes dos bancários apresentam em conferência nacional a pauta elaborada nos estados. O percentual é mantido em sigilo, mas a presidente do Sindicato dos Bancários de Belo Horizonte e Região, Eliana Brasil, afirma que a proposta inicial é de ganho real. “Vai ser 'duro'. Com essa conjuntura, vão usar a crise como argumento. Mas o lucro dos banqueiros foi maior que no ano passado”, afirma a sindicalista. Além do salário, a pauta deve incluir pontos relativos à manutenção do emprego, como a redução da rotatividade e o aumento do número de vagas.
Diante das dificuldades, a “unificação de forças” pode ser a estratégia para mirar ganhos reais. Segundo o coordenador do Sindicato dos Petroleiros de Minas Gerais e diretor da Federação Única dos Petroleiros, Leopoldino Martins, a mobilização conjunta pode garantir mais força. “A conjuntura afeta muito para os trabalhadores. Não será fácil conquistar ganho real”, reconhece.
Entre 3 e 7 de agosto, em Brasília, a categoria deve definir a pauta da campanha unificada. A expectativa é lutar por cerca de 5% de ganho real. A inflação em patamares elevados e o valor do barril do petróleo em baixa dificultam a luta por melhores benefícios. Segundo Martins, a relação entre Estados Unidos e Irã deve ser definidora no valor do barril no mercado internacional. O produto superava US$ 100 nos anos anteriores, tendo caído para aproximadamente US$ 60. Mas o sindicalista ressalta que os resultados operacionais da Petrobras têm sido positivos.
No dia 30, o Sindicato dos Metalúrgicos de Betim e Região apresenta à Federação das Indústrias do Estado de Minas Gerais (Fiemg) a pauta de negociação. Além da reposição inflacionária, será pedido ganho real de 4%. O presidente da categoria, João Alves, afirma que o resultado de outras negociações pode influenciar. “As categorias mais importantes do país têm data-base por agora”, afirma.
Desemprego em junho
Com o fraco desempenho da economia, a taxa de desemprego nas seis principais regiões metropolitanas do país ficou relativamente estável em 6,9% em junho, a maior taxa para o mês desde 2010, segundo o Insituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). Os dados se referem às regiões metropolitanas de São Paulo, Belo Horizonte, Rio de Janeiro, Porto Alegre, Recife e Salvador. Em maio deste ano, a desocupação estava em 6,7%. Na Grande BH, a taxa também manteve estabilidade, em 5,6%, ante 5,7% em maio. O número de desempregados ficou em 1,7 milhão no país e 148 mil na Região Metropolitana da capital mineira.
Jovens pressionados
Quase um terço da população desempregada no país é formada por jovens entre 18 e 24 anos. A queda no rendimento real familiar nos últimos meses tem forçado a entrada antecipada deles no mercado de trabalho para contribuir com o pagamento das contas domésticas. A taxa de desocupação de jovens, de 17,1% em junho, é 2,5 vezes maior que a média geral, segundo a pesquisa de emprego do IBGE. No mês passado, apesar de um crescimento de 0,8% na renda média real dos brasileiros em relação a maio, houve perda de 2,9% ante junho do ano passado, a quinta retração seguida nessa comparação.