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Estado de Minas

Crise desafia luta por ganho real de salário

Manutenção do emprego também deverá guiar as categorias profissionais que vão negociar com os patrões nos próximos meses


postado em 24/07/2015 06:00 / atualizado em 24/07/2015 06:46

A indústria de transformação é um dos setores mais afetados pela retração da economia e tem demitido para se ajustar ao cenário desfavorável (foto: Renato Weil/EM/D.A Press 10/3/10)
A indústria de transformação é um dos setores mais afetados pela retração da economia e tem demitido para se ajustar ao cenário desfavorável (foto: Renato Weil/EM/D.A Press 10/3/10)
Em meio à turbulência na economia, algumas das principais categorias profissionais elaboram a pauta de negociações salariais, na esperança de repetir a conquista de ganhos reais (acima da inflação) obtidos nos últimos anos. Com datas-base no segundo semestre, petroleiros, bancários, metalúrgicos e eletricitários discutem a pauta de reivindicações de olho na ampliação de direitos, mas certos das dificuldades que vão enfrentar para conquistar reajustes acima da inflação. A briga será também pela garantia de emprego.

Entre 31 de julho e 2 de agosto, representantes dos bancários apresentam em conferência nacional a pauta elaborada nos estados. O percentual é mantido em sigilo, mas a presidente do Sindicato dos Bancários de Belo Horizonte e Região, Eliana Brasil, afirma que a proposta inicial é de ganho real. “Vai ser 'duro'. Com essa conjuntura, vão usar a crise como argumento. Mas o lucro dos banqueiros foi maior que no ano passado”, afirma a sindicalista. Além do salário, a pauta deve incluir pontos relativos à manutenção do emprego, como a redução da rotatividade e o aumento do número de vagas.

Diante das dificuldades, a “unificação de forças” pode ser a estratégia para mirar ganhos reais. Segundo o coordenador do Sindicato dos Petroleiros de Minas Gerais e diretor da Federação Única dos Petroleiros, Leopoldino Martins, a mobilização conjunta pode garantir mais força. “A conjuntura afeta muito para os trabalhadores. Não será fácil conquistar ganho real”, reconhece.

Entre 3 e 7 de agosto, em Brasília, a categoria deve definir a pauta da campanha unificada. A expectativa é lutar por cerca de 5% de ganho real. A inflação em patamares elevados e o valor do barril do petróleo em baixa dificultam a luta por melhores benefícios. Segundo Martins, a relação entre Estados Unidos e Irã deve ser definidora no valor do barril no mercado internacional. O produto superava US$ 100 nos anos anteriores, tendo caído para aproximadamente US$ 60. Mas o sindicalista ressalta que os resultados operacionais da Petrobras têm sido positivos.

No dia 30, o Sindicato dos Metalúrgicos de Betim e Região apresenta à Federação das Indústrias do Estado de Minas Gerais (Fiemg) a pauta de negociação. Além da reposição inflacionária, será pedido ganho real de 4%. O presidente da categoria, João Alves, afirma que o resultado de outras negociações pode influenciar. “As categorias mais importantes do país têm data-base por agora”, afirma.

Desemprego em junho

Com o fraco desempenho da economia, a taxa de desemprego nas seis principais regiões metropolitanas do país ficou relativamente estável em 6,9% em junho, a maior taxa para o mês desde 2010, segundo o Insituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). Os dados se referem às regiões metropolitanas de São Paulo, Belo Horizonte, Rio de Janeiro, Porto Alegre, Recife e Salvador. Em maio deste ano, a desocupação estava em 6,7%. Na Grande BH, a taxa também manteve estabilidade, em 5,6%, ante 5,7% em maio. O número de desempregados ficou em 1,7 milhão no país e 148 mil na Região Metropolitana da capital mineira.

Jovens pressionados
Quase um terço da população desempregada no país é formada por jovens entre 18 e 24 anos. A queda no rendimento real familiar nos últimos meses tem forçado a entrada antecipada deles no mercado de trabalho para contribuir com o pagamento das contas domésticas. A taxa de desocupação de jovens, de 17,1% em junho, é 2,5 vezes maior que a média geral, segundo a pesquisa de emprego do IBGE. No mês passado, apesar de um crescimento de 0,8% na renda média real dos brasileiros em relação a maio, houve perda de 2,9% ante junho do ano passado, a quinta retração seguida nessa comparação.


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