Trabalhadores da Petrobras cruzaram os braços nesta sexta-feira para protestar contra a venda de ativos da Petrobras e as mudanças no modelo de exploração do pré-sal. A paralisação afeta as atividades em unidades operacionais de 11 estados do país, conforme informações dos sindicatos. Sem as equipes especializadas, as operações são realizadas por funcionários substitutos, entre administrativos e terceirizados. O movimento tem adesão de outras categorias, como metalúrgicos, afetados pelos cortes de investimentos decorrentes da crise na estatal.
Em Minas Gerais, a mobilização começou à zero hora com grande concentração de trabalhadores na portaria da Refinaria Gabriel Passos (Regap), em Betim, na Grande BH, com o apoio dos movimentos sociais, além de manifestação e panfletagem na Praça Sete, no Centro de Belo Horizonte. Ainda no estado, a Termelétrica Aureliano Chaves e a Usina de Biodiesel Darcy Ribeiro foram bloqueadas pelos grevistas, impedindo a troca de turnos.
O objetivo das manifestações é criticar o programa de desinvestimentos da estatal, estimado em US$ 57,7 bilhões até 2018, conforme informações da Federação Única dos Petroleiros (FUP), entidade que reúne diversos sindicatos regionais e é ligada à Central Única dos Trabalhadores (CUT).
Segundo a federação, a greve quer impedir a retirada de milhares de postos de trabalho caso a Petrobras ponha em prática o seu novo Plano de Gestão e Negócios - 2015/2019 - que visa o corte de US$ 89 bilhões em investimentos e despesas. "Tudo indica que, se nós não barrarmos os projetos em curso, a categoria petroleira será penalizada com cortes e reduções tanto de pessoal quanto de direitos", reforça, em nota, o Sindicato dos Petroleiros de Minas Gerais (Sindipetro-MG).
Além disso, a categoria é contra o PL 131, Projeto de Lei do senador José Serra( PSDB-SP), que tramita no Senado e prevê o aumento da exploração da estatal pela iniciativa privada. "O projeto pode tirar da Petrobras o papel de operadora única do pré-sal, assim como 30% dos blocos já licitados", diz a federação. "Será menos dinheiro para educação e saúde", destaca o Sindipetro-MG.
A Petrobras informou, em nota, que “as atividades da empresa estão dentro da normalidade, sem prejuízo à produção”. Porém, a empresa ressaltou que foram registrados bloqueios na entrada de empregados o que gerou atrasos e corte da rendição de turno em algumas unidades. (Com agências)