Mais uma vez, o mercado financeiro revisou para baixo suas projeções para o Produto Interno Bruto (PIB) de 2015. A expectativa de retração de 1,70% no Relatório de Mercado Focus foi substituída por uma queda de 1,76% agora. O documento é divulgado pelo Banco Central toda segunda-feira pela manhã. Há um mês, a mediana das previsões estava negativa em 1,49%. A perspectiva de recuperação da atividade no ano que vem também segue debilitada. Passou de 0,33% para 0,20% nesta segunda-feira. Um mês antes, estava em 0,50%.
O BC, apesar de também ter revisado para pior sua projeção, de queda de 0,6% para retração de 1,1%, segue mais otimista que o mercado. No Relatório Trimestral de Inflação de junho, a instituição informou que a mudança ocorreu em função de piora nas perspectivas para a indústria, cuja expectativa de PIB recuou de -2,3% para -3,0%.
Segundo o BC, essa piora foi influenciada por impactos das reduções projetadas para a indústria de transformação, de -3,4% para -6%, e para a produção e distribuição de eletricidade, água e gás, de -1,4% para -5,6%, refletindo cenário de aumento da participação de termelétricas na oferta de energia e de redução do consumo de água no primeiro trimestre do ano. Para o setor de serviços, a autoridade monetária, que até março via uma ligeira expansão de 0,1% em 2015, passou a projetar queda de 0,8%.
No boletim Focus desta segunda-feira, a projeção para a produção industrial, no entanto, foi mantida em baixa de 5,00%. Quatro edições da pesquisa atrás, a mediana das previsões para o setor fabril era de uma retração de 4,00%. Já para 2016, a mediana das estimativas passou de +1,50%, onde já estava há um mês, para +1,30% agora.
Para a relação entre a dívida líquida do setor público e o PIB, a projeção dos analistas é a de que deve encerrar 2015 em 37,00%, como já apontado na semana passada. Em 2016, a projeção foi alterada de 38,35% para 38,50%. Há quatro semanas, as medianas das previsões para esse indicador eram de, respectivamente, 37,30% e 38,05%.