A forte queda das bolsas chinesas provocou um movimento de aversão ao risco nos mercados mundiais. As preocupações com a economia da China - maior compradora global de commodities - enfraqueceu as moedas de vários países exportadores de matérias-primas, incluindo o real.
No Brasil, o mal-estar com as mudanças nas metas fiscais, anunciadas na semana passada, também continuou influenciando as cotações. O temor dos investidores é que o Brasil perca o grau de investimento diante da confirmação do governo de que os superávits fiscais para os próximos anos serão inferiores ao prometido inicialmente pela equipe econômica.
"O dólar abriu muito forte, com movimento especulativo dando continuidade à tendência (da semana passada). Houve alguns stops (ordens de parada de negociações), mas depois a moeda corrigiu um pouco sua tendência", avaliou Cleber Alessie Machado Neto, operador da H. Commcor DTVM. Além do receio com a economia chinesa, o mercado aguarda nesta semana as definições da política monetária do Brasil e dos Estados Unidos.
Com a nova subida da contação do dólar, o ministro do Planejamento, Nelson Barbosa, chegou a lembrar ao longo do dia que os mercados "estão fazendo o que fazem: flutuam diante de novas informações, não só no Brasil como no mundo". Ao mesmo tempo, afirmou ter "confiança" de que o mercado vai se estabilizar, mas disse que não tem como prever em qual cenário, uma vez que o câmbio no País é flutuante.
Bolsa
O mau humor também se estendeu para o mercado acionário. O Ibovespa - principal termômetro do mercado acionário - terminou a sessão em baixa de 1,04%, aos 48.735,54 pontos, menor nível desde 13 de março de 2015 (48.595,81 pontos). No mês, a Bolsa já caiu 8,18% e, em 2015 ano, recuou 2,54%.
As bolsas europeias também terminaram com forte queda. Paris recuou 2,57%, Frankfurt cedeu 2,56% e Milão perdeu 2,97%. O mercado de ações dos Estados Unidos também ficou no vermelho. Em Wall Street, o Dow Jones fechou em baixa de 0,73%, aos 17.440,59 pontos, o S&P 500 caiu 0,58%, aos 2.067,64 pontos, e o Nasdaq recuou 0,96%, aos 5.039,78 pontos. (Colaborou Claudia Violante) As informações são do jornal
O Estado de S. Paulo.