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Estado de Minas

Déficit nas contas públicas faz cotação do dólar disparar


postado em 01/08/2015 06:00 / atualizado em 01/08/2015 08:07

Com o déficit de R$ 9,3 bilhões das contas públicas em junho, anunciado nessa sexta-feira pelo governo, o dólar acentuou a disparada e fechou o pregão com alta de 1,59%. A moeda norte-americana rompeu os R$ 3,40 no fechamento pela primeira vez em 12 anos, cotado a R$ 3,425, maior patamar desde 20 de março de 2003. Em julho, a valorização da divisa dos Estados Unidos é de 10,14% e, no ano, é de 28,75%. Em 12 meses, a alta passa de 51%.

O economista da DXI Investimentos Lino Gill explicou que o dólar está se valorizando no mundo todo por conta da possibilidade real de os EUA aumentarem os juros em setembro, já que vários indicadores mostram a recuperação da maior economia do mundo. “No Brasil, o quadro é agravado pelos problemas macroeconômicos do país. Quando o governo anuncia cortes em educação e saúde, mostra o desespero para ter algum tipo de controle das contas públicas. O mercado reagiu a isso”, destacou.

O governo anunciou corte de R$ 1 bilhão na educação e de R$ 1,2 bilhão na saúde, medidas que fazem parte de um contingenciamento adicional de R$ 8,6 bilhões. Os ministérios das Cidades (R$ 1,3 bilhão) e dos Transportes (R$ 875 milhões) também tiveram cortes significativos, que vão impactar em obras necessárias de infraestrutura.

A estimativa era de que o governo tivesse um deficit consolidado de R$ 5,4 bilhões, mas o número veio ainda pior, de R$ 9,3 bilhões. Só o que salvou o acumulado do ano, foi o superavit de estados e municípios, de mais de R$ 19 bilhões, que garantiram R$ 16,2 bilhões de salto positivo em 2015. No acumulado em 12 meses, contudo, o deficit é de R$ 45,7 bilhões (0,80% do PIB). “É um rombo muito grande”, alertou Gill.

BOLSA A Bolsa de Valores de São Paulo (BM&FBovespa) também operou em alta ontem, rompendo a relação de que, quando o mercado vai mal, dólar sobe e bolsa cai. “Nem sempre há essa correlação. Mas hoje (ontem), o otimismo do mercado de capitais foi por conta da divulgação de balanços trimestrais de grandes empresas com números positivos, apesar do viés negativo da economia como um todo”, explicou o economista.

O Ibovespa, principal índice da bolsa paulista, teve alta de 1,94% chegando a 50.864 pontos. No mês, contudo, o índice caiu 4,17%. As ações da Braskem lideraram a alta, com valorização de mais de 9,33%. Embraer (6,22%), Oi (5,22%) e Gerdau (4,48) também foram destaques positivos do dia. Todas elas, no entanto, acumulam quedas no ano. Ontem, até as bluechips Petrobras e Vale subiram ontem. As ações da petroleira tiveram altas de 0,52% (ON) e 0,29% (PN) e os papéis da mineradora subiram 2,41% (ON) e 1,67 (PN).

Para Lino Gill, da DXI, apesar da alta esporádica de ontem, a tendência da bolsa ainda é de queda. “Sobretudo, dos ativos de companhias que são prejudicadas pela alta do dólar. No sentido, contrário, as exportadoras devem se valorizar, como a Vale e as siderúrgicas”, ressaltou. As ações da Siderúrgica Nacional também tiveram uma das maiores altas do dia, com valorização de 4,84%.

Do Ibovespa, 16 das 66 ações que compõem o índice encerraram o mês com queda de mais de 10%, enquanto apenas três – Energias do Brasil, Klabin e BRF – subiram mais de 10% no período. Os ativos da metalúrgica Gerdau, apesar do desempenho positivo no pregão de ontem, despencaram 45% em julho.


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