A inflação de serviços teve desaceleração expressiva no Índice de Preços ao Consumidor Semanal (IPC-S) de julho, de acordo com a Fundação Getulio Vargas (FGV). O grupo saiu de uma alta de 1,66% em junho para 0,48% no mês passado, refletindo os efeitos da demanda mais fraca, avaliou hoje o coordenador do IPC-S, o economista e professor Paulo Picchetti. A taxa de 0,48% é a menor já registrada pela FGV desde agosto do ano passado (0,43%). "A taxa vinha ficando na faixa de 1%. Acredito que começou a dar algum sinal que pode levar a crer que irá arrefecer (mais) nos próximos meses", estimou.
De acordo com Picchetti, o aumento no nível do desemprego e a renda menor podem já estar inibindo com mais força a procurar por alguns serviços, como o visto no IPC-S de julho. "Há alguma disseminação (da desaceleração). Podemos imaginar que o desempenho recente do mercado de trabalho está começando a refletir sobre os preços", afirmou.
No IPC-S de julho, que atingiu 0,53% (ante 0,82%), Picchetti também notou que outros itens já estão sentindo os impactos da redução do poder de compra. Ele citou como exemplo a deflação de 0,38% registrada em móveis para residência e de 0,40% em automóveis novos. "Tem uma história meio parecida com a de serviços. Dá uma indicação preliminar de que o ajuste nos juros e queda da massa salarial estão se manifestando sobre os preços", reforçou.