Uma recuperação nas vendas do comércio ainda este ano já não passa mais pela cabeça dos empresários, que cada vez mais ajustam suas previsões de investimentos e contratações de acordo com a perspectiva desfavorável para os próximos meses. Em julho, as expectativas dos empresários ficaram 8,5% menores do que em igual mês do ano passado, segundo a Confederação Nacional do Comércio de Bens, Serviços e Turismo (CNC).
"Antes, o empresário tinha expectativa de recuperação rápida. Agora, ele não acha mais isso, não vê recuperação no curto e médio prazos", diz o economista Bruno Fernandes, da CNC. "Se a expectativa está ruim, o empresário não contrata", acrescenta. No mês passado, a perspectiva de investimento em funcionários recuou 24,8% na comparação interanual. Em relação a junho, a queda foi de 3,2%.
A segunda metade do ano deve ser "um pouco melhor" para o setor, diante de uma inflação menos pressionada pelos preços administrados, avalia a CNC. "Mesmo assim, um pouco melhor que a gente diz significa menos ruim", esclarece Fernandes. A entidade prevê queda de 1,1% nas vendas do varejo restrito este ano, o pior resultado desde 2003.