Novo impacto da inflação pode ser sentido pelos belo-horizontinos caso se confirme a alta das passagens de ônibus urbanos. Cálculos da Fundação Ipead/ UFMG mostram que, se os reajustes das tarifas – de R$ 0,30 (de R$ 3,10 para R$ 3,40) R$ 0,05, (de R$ 0,70 para R$ 0,75) e de R$ 0,25 de (R$ 2,20 para R$ 2,45) – anunciados pela prefeitura forem aprovados, o impacto sobre o Índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) será de 0,26 ponto percentual. Para a população de menor renda, entre 1 e 5 salários-mínimos, o impacto no índice será ainda maior: de 0,74 ponto percentual.
A BHTrans já estipulou a correção, mas o reajuste está em análise pela Justiça. Caso se concretize, o pedreiro José Fernandes já vê novo assombro nas contas fixas, com a passagem dos coletivos que usa diariamente subindo de R$ 3,10 para R$ 3,40. Ele calcula aumento de R$ 30 por mês com os quatro ônibus diários. “Tive que parar de pagar o seguro de vida. Agora é que não vai ter jeito mesmo. Se ‘fechar o paletó’, minha família fica na mão”, diz Fernandes, temeroso, em metáfora sobre a morte.
A pesquisa da Fundação Ipead mostra que o custo da cesta básica também segue em alta. A cesta que representa os gastos de um trabalhador adulto com a alimentação, encareceu 0,21%, entre junho e julho de 2015. O valor da cesta, em julho, foi de R$ 354,22 e representou 44,95% do salário-mínimo. Em 2015, a cesta acumula alta de 8,60, maior que a inflação, de 7,51 no período. Em 12 meses terminados em julho, a pressão no bolso do trabalhador é ainda maior, a cesta encareceu 13,39%, acima do IPCA de 10,14%. (PRF e MC)