O presidente da Associação Nacional dos Fabricantes de Veículos Automotores (Anfavea), Luiz Moan, disse nesta quinta-feira, após anúncio dos números do setor, em São Paulo, que há expectativa de reverter o resultado negativo das exportações de maquinário para o agronegócio. "Esperamos recuperar as exportações de máquinas agrícolas em agosto", afirmou.
De acordo com o executivo, as vendas em julho caíram especialmente em função de dois fatores. Um deles foram as férias coletivas concedidas por algumas empresas, em especial aquelas com perfil exportador. Diversas montadoras, como Massey Ferguson, New Holland e Case IH adotaram, entre junho e julho, férias coletivas e paradas de fábrica para funcionários. Já a John Deere reduziu turnos, antecipou férias e trabalhou com banco de horas.
O total de máquinas agrícolas exportadas no mês passado chegou a 843 unidades, equivalente a queda de 23,4% na comparação com junho e recuo de 35,7% ante julho do ano passado. No acumulado do ano até julho, as vendas externas acumulam queda de 21,3% ante igual período de 2014.
Pessimismo
O presidente da Anfavea disse ainda que é preciso reverter o baixo índice de confiança dos produtores rurais brasileiros, apontado como um dos fatores da retração nas vendas internas de máquinas. "Em minha opinião, na área agrícola, não há razão para esse clima de pessimismo", afirmou.
Segundo Moan, tanto grandes produtores como pequenos estão retraídos para fazer novas compras. Apesar da queda nos preços internacionais das commodities, a última safra e as exportações de grãos bateram recorde e as cotações do dólar "mais do que compensam as cotações mais baixas das commodities" no mercado internacional, segundo o executivo.
Em relação ao próximo semestre, a Anfavea vem trabalhando com um previsão de redução nas vendas de máquinas agrícolas na faixa dos 25%. Contudo, uma revisão deste porcentual ainda pode ser feita, de acordo com a implementação do Plano Agrícola Agropecuário nos próximos meses.
A vice-presidente da entidade, Ana Helena de Andrade, comentou que houve problemas na liberação de crédito por meio de linhas públicas entre o fim de junho e começo de julho, na migração do Plano Safra 2014/15 para 2015/16, o que afetou no período. Contudo, os recursos do plano atual começaram a ser liberados a partir da metade do mês de julho, segundo a executiva. "A partir de então, quando o BNDES liberou as linhas (de crédito), esse problema foi superado", afirmou Ana Helena.