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Estado de Minas

Dólar em alta e crise aumentam procura por cidades turísticas em Minas

Famílias buscam destinos domésticos e levam alento aos municípios tradicionais do estado. Luta agora é para manter números em alta


postado em 07/08/2015 06:00 / atualizado em 07/08/2015 06:58

Na histórica Ouro Preto, a taxa de ocupação nos hotéis e pousadas em julho foi a maior dos últimos 10 anos(foto: Nádia Nunes Lage/Divulgação)
Na histórica Ouro Preto, a taxa de ocupação nos hotéis e pousadas em julho foi a maior dos últimos 10 anos (foto: Nádia Nunes Lage/Divulgação)

O mês de julho foi de alívio para as cidades turísticas de Minas Gerais. Em meio à retração da economia e à alta do dólar, muitos brasileiros optaram por curtir as férias no país, aumentando em cerca de 50% o fluxo de turistas nas cidades mineiras. Hotéis e pousadas investiram em promoções nos preços das diárias e obtiveram resultados positivos, algumas delas registraram, inclusive, 100% de ocupação em julho. Agora, depois do novo fôlego, o receio dos efeitos da crise voltam à tona e a estratégia da rede hoteleira é manter os bons preços para não amargar prejuízos nos próximos meses.

Em Ouro Preto, na Região Central, que até mesmo na Semana Santa sofreu com a baixa procura por turistas, registrou, em julho, a sua maior taxa de ocupação dos últimos 10 anos. Com uma média de 61% de taxa em meses de férias, desta vez a cidade alcançou uma média de 71% dos leitos preenchidos. “Foi a nossa salvação. Está todo mundo rindo à toa. Em março e abril sofremos muito, mas veio julho e recuperou nossos prejuízos. As pousadas, para atrair os turistas, baixaram os preços de suas diárias em até 30%,e conseguimos lotar a cidade de uma forma que há uma década não víamos”, disse presidente da Associação Brasileira da Indústria de Hotéis Regional Circuito do Ouro/MG, Antoninho Tavares do Santos.

Segundo ele, até o último final de semana, a cidade de Lavras Novas, distrito de Ouro Preto, não estava conseguindo hospedar tantos visitantes. “O município de Mariana também atraiu muitos turistas, chegando a uma taxa de ocupação de 26%”, contou Antoninho. Segundo ele, depois dos bons ventos de julho, a expectativa agora é de um crescimento de 5% no turismo no fim do ano. “Não estávamos tão otimistas, mas, com esses números, que mostram a nossa taxa de ocupação 36% maior do que no mesmo período do ano passado, esperamos crescer bem até o fim do ano”, revela. Para isso, ele diz que a cidade vai investir em bons preços na rede hoteleira e também no site portaldohotel.com, lançado nesta semana com a intenção de facilitar a vida dos turistas com reservas online.

“Com a disparada do dólar e a situação econômica do país, o brasileiro está conhecendo o Brasil”, comemora o gerente do Parque Estadual do Ibitipoca, na Zona da Mata, João Carlos Lima de Oliveira. Por ali, o mês de julho também fez história. Ele diz que o parque recebeu 10 mil visitantes, praticamente a metade do que recebeu no mesmo período de 2014. “O número de pessoas acampadas no local cresceu 76%. O parque é a atração, não mudamos nada. Os preços continuam os mesmos, foi a crise que trouxe mais gente para cá. Para os próximos meses, na Vila de Ibitipoca haverá eventos, o que deve atrair mais turistas. Esperamos fechar o ano com 85 mil visitantes”, diz. No entanto, Gabriel Fortes, sócio da empresa de Turismo Sauá, que atua em Ibitpoca, diz que o mês não foi tão lucrativo. “Os turistas não quiseram gastar tanto com pacotes de passeio. Vieram muitas pessoas, mas com pouco dinheiro”, destaca.

Os bons ventos também chegaram à Serra do Cipó, onde muitos empresários reclamaram, no início do ano, da baixa taxa de ocupação. No Hotel Cipó Veraneio, um dos mais tradicionais da serra, o crescimento foi de 80% em relação a julho de 2014. O empreendimento chegou a fazer promoções de diárias, reduzindo-as de R$ 497 para R$ 350, um desconto de aproximadamente 30%, e teve 100% de ocupação no período.

BAIXA PROCURA
Apesar de um bom movimento nas férias de julho para algumas cidades mineiras, em Diamantina, no Vale do Jequitinhonha, o crescimento não foi tão alto. De acordo com algumas pousadas da cidade, a taxa de ocupação em julho não chegou a 40%. “Melhorou um pouco, porque, para nós, a situação está muito ruim. Chegamos a ter 33% de ocupação, mesmo fazendo promoções”, lamentou a gerente de uma das pousadas mais tradicionais da cidade, que preferiu não se identificar. A grande esperança para Diamantina está nas vesperatas, que começam em agosto.

BOM EXEMPLO
Ao contrário de muitas cidades mineiras, Tiradentes, na Região do Campo das Vertentes, tem eventos o ano inteiro, de diferentes áreas, que atraem público diferente a cada fim de semana. “Brincamos que quem quer sair da crise vem para cá”, comenta a presidente da Associação dos Empresários de Tiradentes, Aline Garcia. Segundo ela, em julho, a situação não foi diferente. “Os setores de pousadas e restaurantes tiveram uma boa procura, com taxa de ocupação de quase 100%, sobretudo nos fins de semana”, diz.


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