A alta de 0,62% no Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) em julho foi a maior para o mês desde 2004, quando o avanço foi de 0,91%, informou o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), nesta sexta-feira. Com o resultado, o índice acumula alta de 6,83% nos sete primeiros meses do ano, a maior taxa para o período desde 2003 (6,85%). Em 12 meses, o IPCA avançou a 9,56%, o maior resultado nesta comparação desde novembro de 2003. Naquele mês, a alta no acumulado em 12 meses era de 11,02%.
As contas de energia elétrica voltaram a ficar mais caras em julho e foram o principal impacto sobre o IPCA. A alta foi de 4,17%, segundo o IBGE. Além disso, a taxa de água e esgoto e o condomínio mais caros pressionaram o grupo Habitação, que avançou 1,52% em julho.
A tarifa de energia elétrica respondeu por 0,16 ponto porcentual da alta de 0,62% no IPCA do mês passado. Segundo o IBGE, a alta foi muito influenciada pelas regiões metropolitanas de Curitiba, onde aumentaram 11,40%, refletindo parte do reajuste de 14,39% no valor das tarifas, em vigência desde 24 de junho; e São Paulo, cujo aumento de 11,11% se deve ao reajuste de 17,00% aplicado sobre as tarifas de uma das empresas de abastecimento a partir do dia 4 de julho.
Em outras regiões, como Campo Grande (2,72%), Belo Horizonte (2,04%) e Brasília (2,03%), as contas também aumentaram, mas em função dos impostos (PIS/Cofins). Por outro lado, houve regiões em que os impostos tornaram as contas mais baratas de junho para julho. Em Vitória a queda chegou a 8,67%, seguida por Salvador, com recuo de 4,67%.
Nas taxas de água e esgoto, o aumento médio foi de 2,44% em julho. A alta atingiu sete regiões, com destaque para Goiânia, onde a elevação foi de 19,56%. Também tiveram aumento no item Campo Grande, Porto Alegre, Salvador, Recife, São Paulo e Curitiba.
Com isto, Habitação ficou com o mais elevado resultado nos grupos, sendo pressionado ainda pelos artigos de limpeza (0,65%), aluguel residencial (0,49%) e condomínio (0,49%).
Alimentação e Bebidas
O grupo Alimentação e Bebidas acelerou de 0,63% em junho para 0,65% no IPCA de julho. Os alimentosos alimentos consumidos fora de casa subiram 0,77%, mais do que aqueles consumidos nas residências dos brasileiros, que avançaram 0,59%.
Na mesa dos brasileiros, ficaram mais caros feijão-mulatinho (8,88%), leite longa vida (3,09%), cebola (2,85%), carnes industrializadas (2,14%), macarrão (1,13%), pão francês (0,82%), entre outros itens. Por outro lado, ficaram mais baratos o tomate (-10,77%), as hortaliças (-3,05%), o óleo de soja (-1,22%), entre outros.