(none) || (none)
UAI
Publicidade

Estado de Minas

Iveco suspende produção e Fiat dá novas férias coletivas

Depois de conceder férias coletivas aos trabalhadores, fábrica de Sete Lagoas negocia lay off por até cinco meses, enquanto a Fiat dispensa 3 mil por 20 dias em Betim


postado em 11/08/2015 06:00 / atualizado em 11/08/2015 07:21

Com queda de 21% nas vendas de veículos entre janeiro e julho, montadoras cortam produção e anunciam nova leva de férias coletivas e suspensão temporária dos contratos de trabalho, conhecida como lay off. As demissões também têm aumentado, dentro da estratégia de ajustes do setor à retração do consumo. Na fábrica de Sete Lagoas da Iveco, marca de veículos comerciais leves e caminhões do grupo Fiat, representantes da empresa reuniram-se ontem com o sindicato local dos metalúrgicos para definir o primeiro lay off da empresa no Brasil. Na semana passada, a companhia cortou 120 vagas. A Fiat comunicou ao Sindicato dos Metalúrgicos de Betim, Igarapé e São Joaquim de Bicas a intenção de conceder férias coletivas a partir do dia 24 para 3 mil funcionários. A medida será adotada pela quinta vez neste ano.

As férias coletivas na fábrica de Betim vão durar 20 dias, como reflexo da necessidade que a montadora vê de ajustar os estoques à demanda do mercado. Em reuniões internas, segundo o sindicato local do metalúrgicos, a montadora a tem afirmado que não vai aderir ao Programa de Proteção ao Emprego – ação do governo federal que permite a redução da jornada de trabalho com parte dos ganhos do trabalhador complementados com recursos do Fundo de Amparo ao Trabalhador (FAT). “A empresa mantém esperança de retomar o crescimento”, afirma o presidente da entidade dos trabalhadores, João Alves, ao justificar as seguidas férias coletivas.

Em uma reunião ontem entre representantes da Iveco e do Sindicato dos Trabalhadores nas Indústrias Metalúrgicas, Mecânicas e de Material Elétrico de Sete Lagoas (STIMMMESL) a empresa comunicou a intenção de incluir parcela dos trabalhadores em sistema lay off. De acordo com o sindicato, seriam três meses de suspensão temporária dos trabalhos, prorrogáveis por mais dois. Neste ano, a montadora já deu férias coletivas por cinco vezes. A última terminou na semana passada. No retorno dos empregados, a empresa comunicou a demissão de 120. Em abril, outros 130 contratos de trabalho foram rescindidos.

A Iveco não deu detalhes de quando terá início a medida, nem quantos empregados serão atingidos. O presidente da entidade de classe, Ernane Geraldo Dias, acredita que a parada começará no mês que vem, depois da entrega de 11 veículos blindados Guarani. “A empresa está alugando pátios para guardar o estoque já produzido”, afirma Dias. Procurada pelo Estado de Minas, a montadora não se manifestou até o fechamento desta edição.

Depois do anúncio da demissão de 250 metalúrgicos na fábrica de São José dos Campos (SP) da General Motors (GM), os trabalhadores aprovaram ontem greve por tempo indeterminado. Todas as entradas da unidade foram bloqueadas. Em nota enviada à imprensa, a companhia afirma ter “esgotado” todas as alternativas para evitar demissões. A lista inclui férias coletivas, lay off, banco de horas e programas de desligamento voluntário. “No entanto, essas medidas não foram suficientes diante da expressiva redução da demanda no mercado brasileiro, que registrada queda em torno de 30% desde janeiro do ano passado”, diz o texto.

Estabilidade em Juiz de Fora

Em São Bernardo do Campo, no ABC Paulista, a Mercedes-Benz comunicou ao sindicato dos metalúrgicos a demissão em massa de trabalhadores em setembro. O procedimento é padrão em casos configurados como demissão coletiva. O número de rescisões não está definido. Apesar da situação da fábrica paulista, os trabalhadores da unidade de Juiz de Fora, na Zona da Mata mineira, têm estabilidade até junho do ano que vem, segundo o presidente do sindicato local dos metalúrgicos, João César da Silva.

O benefício na fábrica mineira foi acordado ao longo da negociação salarial finalizada em junho. Nesta semana, a planta está com os trabalhos paralisados, mas em razão da licença remunerada concedida aos empregados de São Bernardo do Campo. Dos 750 funcionários, 70 ficarão no sistema de lay off até novembro.

Apesar da intensa queda nas vendas no acumulado do ano – até julho foram 411 mil veículos a menos negociados no país –, o balanço de julho da Associação Nacional dos Fabricantes de Veículos Automotores (Anfavea) mostra recuperação do setor no comparativo mês a mês – ante junho o crescimento foi de 7,1%. De março a fevereiro havia sido a última vez em que foram observados números positivos.

“É um sinal de que o fundo do poço já foi atingido e agora temos sinais de melhora”, afirma o presidente do Sindicato dos Metalúrgicos de Betim e Região, João Alves. Outro número favorável ao setor é o de exportações de veículos. Com a desvalorização do real, as vendas para o exterior aumentaram 10,7% de janeiro a julho. As montadoras venderam 21,7 mil carros a mais que no ano passado.


receba nossa newsletter

Comece o dia com as notícias selecionadas pelo nosso editor

Cadastro realizado com sucesso!

*Para comentar, faça seu login ou assine

Publicidade

(none) || (none)